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Jovens são indiciadas por crime de racismo através de vídeo com ofensas no TikTok

As três amigas compartilharam comentários preconceituosos sobre pessoas com quem teriam se relacionado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 15 de janeiro de 2024 - 22:37
As três foram identificadas e intimadas para serem interrogadas
As três foram identificadas e intimadas para serem interrogadas -

Três jovens foram indiciadas pela Polícia Civil do Espírito Santo por racismo, acusadas de postarem, em perfil no TikTok, um vídeo no qual faziam comentários preconceituosos sobre pessoas com quem teriam se relacionado. Residentes do município de Linhares, uma mulher de 19 anos e duas adolescentes de 17 foram investigadas após repercussão do vídeo nas redes sociais.

Na gravação, as jovens participam de um jogo popular na plataforma, no qual devem tecer comentários a respeito da vida amorosa de cada uma. Ao longo do vídeo, elas falam frases como: “Pelo menos eu não fui feita de palhaça por um preto, né?”, “Quem? Um preto, um preto”, “Pelo menos eu não sou ‘best’ de um desquerido que ainda é preto e, na primeira oportunidade, não me deu carona para dar para um feio”, “Essa amizade com preto não vale nada não”.


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De acordo com a polícia, a mulher, de 19, "foi indiciada pelo crime de racismo", com pena de dois a cinco anos de prisão. Já as duas menores "foram indiciadas por ato infracional análogo ao mesmo crime".

Após receberem informações sobre o caso, os agentes afirmam que o vídeo gravado pelas acusadas e todas as reportagens veiculadas na imprensa foram anexados à investigação. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça por meio da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (DIPO) de Linhares.

As três foram identificadas e intimadas para serem interrogadas. Durante o interrogatório, as investigadas foram orientadas pelos advogados a permanecerem em silêncio. Membros do movimento negro de Linhares e pessoas da comunidade também foram ouvidas e passaram suas percepções sobre o caso.

Nas redes sociais, uma delas alega ser aluna do curso de Medicina na UNESC (Centro Universitário do Espírito Santo). Em nota ao GLOBO, a universidade afirma que "repudia veementemente quaisquer atos ou atitudes racistas, vindas de qualquer pessoa".

"Atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem vindas e devem ser punidas nas formas da lei. Observar e se comportar de acordo com os princípios éticos e condizentes com a dignidade humana é um dever de todos os membros do UNESC, nos termos do seu Regimento Geral", declarou a faculdade.

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