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Estado do Rio de Janeiro teve mais de 230 mil pessoas afetadas pelas chuvas em 30 dias

Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde contabiliza 9 óbitos e 21 unidades públicas de saúde afetadas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de março de 2024 - 20:06
Mais de 7 mil pessoas ficaram desalojadas
Mais de 7 mil pessoas ficaram desalojadas -

Um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), através do Centro de Inteligência em Saúde (CIS), indica que nove pessoas morreram devido a eventos climáticos no estado do Rio no período de 05 de fevereiro e 06 de março. O monitoramento aponta ainda que 21 unidades públicas de saúde foram afetadas em diversos municípios, ocasionando perda de medicamentos e prejuízos no atendimento à população.

Os dados constam na plataforma Vigidesastres, desenvolvida pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SES-RJ, que reúne informações de desastres causados por eventos climáticos nos 92 municípios fluminenses e os danos causados. Este é o primeiro verão em que a secretaria conta com o auxílio da plataforma.


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Por meio da Vigidesastres (monitorar.saude.rj.gov.br), a secretaria monitora a situação dos sistemas de saúde locais e reúne informações para tomada de decisões de maneira rápida e precisa. Para minimizar os impactos à população, a SES-RJ tem enviado às cidades atingidas desde hipoclorito de sódio para potabilização de água para consumo humano, até milhares de comprimidos e frascos de medicamentos - como antibióticos e analgésicos - além de insumos como luvas, cateteres, máscaras, seringas, agulhas, ataduras e soro. No período analisado, seis municípios solicitaram apoio à SES-RJ: Queimados, Paracambi, Mendes, Japeri, Engenheiro Paulo de Frontin e Barra do Piraí.

Para agilizar a chegada desse aporte às cidades, a secretaria mudou a logística de distribuição dos insumos e medicamentos. Antes, as retiradas eram feitas pelos gestores municipais na Coordenação Geral de Armazenagem da secretaria, em Niterói, Região Metropolitana. Após determinação da secretária Claudia Mello, os municípios que estiverem impossibilitados de locomoção e solicitarem os itens receberão o apoio em seus territórios.

“Colocamos toda frota da secretaria à disposição dos municípios. Seja por via aérea, com a Superintendência de Operações Aéreas, ou por via terrestre, com o SAMU e as motolâncias, e os demais veículos oficiais. Todos estão aptos para atuar nessas ocorrências. O mais importante neste momento é que as unidades de saúde estejam abastecidas para diminuir esses impactos”, afirma a secretária.

De acordo com Silvia Carvalho, superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES-RJ, outra preocupação é o aumento no número de casos de doenças de veiculação hídrica, que são aquelas transmitidas por água e lama contaminadas.

“Essa preocupação é recorrente. São inúmeros os microrganismos que podem provocar adoecimento. Eles se manifestam diretamente através de doenças como leptospirose, doenças diarreicas, entre outras, e indiretamente, como a dengue, que se torna uma preocupação ainda maior devido ao cenário epidêmico. São doenças sérias que, sem o manejo clínico adequado e no tempo oportuno, podem causar internações e óbitos", alerta.

Vinte e três cidades impactadas

De acordo com técnicos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Estado de Saúde, 23 municípios foram impactados em 36 eventos no período analisado, a maioria relacionados a chuvas intensas e enxurradas. As regiões mais atingidas foram: Centro Sul (com 7 municípios afetados), Metropolitana l (5), Médio Paraíba (4), Noroeste (3), Serrana (2), Norte (1) e Baía da Ilha Grande (1).

Entre os municípios atingidos estão: Barra do Piraí (com 3 ocorrências), Engenheiro Paulo de Frontin (3), Teresópolis (2), Resende (2), Vassouras (2), Japeri (2), Nova Iguaçu (2) e Magé (2). Com um evento estiveram: Bom Jesus do Itabapoana, Areal, Barra Mansa, Angra dos Reis, Porciúncula, Rio Claro, Miguel Pereira, Paracambi, Queimados, Três Rios, Mendes, Rio de Janeiro, Varre-Sai, Macaé e Macuco.

“A Vigilância da SES-RJ monitora diariamente a situação dos 92 municípios fluminenses e realiza visitas técnicas nas cidades afetadas. Nessas visitas identificamos as principais necessidades de urgência e fazemos orientações aos profissionais de saúde e gestores para que os impactos sejam minimizados”, afirma Silvia.

O levantamento da SES-RJ é feito através de um contato rotineiro e diário com as equipes municipais, além das visitas in loco. A partir da consolidação das informações, os dados são automatizados e diariamente atualizados num painel público chamado “Painel Informativo Vigidesastres”, disponível em monitorar.saude.rj.gov.br.

O Vigidesastres reúne informações sobre o tipo de evento climático que ocasionou desastres (chuva, enchente, inundação, deslizamento, vendaval, incêndios etc), o número de habitantes afetados, as áreas danificadas e os impactos na rede de saúde de cada localidade. A avaliação dos planos de contingência de cada município também está disponível na ferramenta, bem como os sites utilizados para emissão dos alertas.

Entre os números do levantamento feito pela SES-RJ estão (dados registrados entre 05 de fevereiro e 06 de março):

36 eventos adversos registrados;

23 municípios afetados;

7.176 desalojados;

291 desabrigados;

18 enfermos;

63 feridos;

09 óbitos;

234.120 pessoas afetadas;

169 unidades habitacionais afetadas;

21 unidades públicas de saúde danificadas;

04 instalações públicas de ensino danificadas;

32 mil frascos de hipoclorito de sódio enviados aos municípios solicitantes;

4 kits de calamidade com milhares de medicamentos e insumos enviados aos

municípios solicitantes.

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