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'Cabeça de Ozempic'? Especialista esclarece sobre o efeito colateral que viralizou na web

O efeito colateral realmente acontece ou é uma histeria viral?

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de março de 2024 - 11:55
Mari Fernandez apareceu mais magra nas redes sociais e imagens repercutiram
Mari Fernandez apareceu mais magra nas redes sociais e imagens repercutiram -

Nos últimos dias, as cantoras Maiara, da dupla sertaneja com Maraisa, e Mari Fernandez apareceram mais magras em publicações nas redes sociais. Além da perda de peso, surgiram rumores de que as famosas utilizaram o medicamento à base de Semaglutina, o Ozempic, para a perda rápida de peso. Mas o que vem chamando atenção da web são os efeitos colaterais, como o rosto desproporcional ao restante do corpo.

Embora as cantoras não tenham se pronunciado oficialmente sobre o assunto, a internet apelidou a mudança como ‘Cabeça de Ozempic’. Na comunidade médica, o efeito tem outro nome: ‘Ozempic Face’. a sensação de que o rosto não emagreceu conforme a perda de gordura do corpo.


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Entretanto, o efeito colateral realmente acontece ou é uma histeria viral? Segundo o Dr. Marcelo Bechara, médico clínico geral especialista em obesidade e emagrecimento, o uso de remédios para perder peso, como o Ozempic e Wegovy, faz com que a gordura e os músculos percam volume, podendo aumentar a flacidez, dando impressão de um crânio mais aumentado. Por isso, é necessário acompanhamento médico para que efeitos como esses sejam evitados ou controlados.

No entanto, é preciso deixar claro: a cabeça de Ozempic não é um efeito adverso considerado na bula desses medicamentos, já que a fórmula ajuda a controlar a sensação de saciedade, mas não modifica diretamente a face. O que acontece é que, com o emagrecimento, a cabeça pode ficar destacada, como se estivesse desproporcional perto do resto do corpo — indivíduos que realizaram cirurgia bariátrica podem relatar sensação similar, por exemplo.

Riscos e indicações

A imagem emagrecida de celebridades teve um papel importante no interesse da população pelo uso off label (fora da indicação oficial) desses medicamentos.

Estudos clínicos mostraram que os produtos são interessantes para o controle do peso de pessoas com sobrepeso e obesidade, mais propensas a desenvolver problemas de saúde.

Porém, ao começar o tratamento, os pacientes tendem a definir uma meta, com a quantidade de quilos que querem perder. Mas, e depois? Ao chegar lá, o tratamento pode ser interrompido ou deve ser feito pelo resto da vida?

O tempo de uso varia para cada paciente, podendo ser indicado por meses, anos ou por toda a vida. “É importante destacar que a chance de conseguir ficar sem nenhuma medicação e manter o peso é muito pequena”, diz a endocrinologista Priscilla Cukier, do Hospital Santa Catarina – Paulista, em entrevista ao Metrópoles. Estudos sugerem que, ao interromper as injeções, o paciente recupera até dois terços do peso perdido em apenas um ano. 

O medicamento age em receptores do sistema nervoso central para controlar o apetite e retarda o esvaziamento gástrico. Assim, os usuários se sentem sem fome por mais tempo, comem menos do que o habitual e perdem peso.  No Brasil, a Anvisa autoriza o uso do Ozempic para o tratamento da diabetes tipo 2. Mas o êxito do tratamento depende do estilo de vida. Seguir uma boa alimentação, praticar exercício e manter uma rotina saudável – com sono de qualidade e controle de estresse, por exemplo – é fundamental, de acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

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