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UFF promove encontro para elaboração do Centro de Memória Trans

O evento irá documentar e preservar as histórias e conquistas das pessoas transsexuais e travestis

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de junho de 2024 - 14:14
A Universidade Federal Fluminense irá promover um encontro para elaboração do Centro de Memória Trans do Brasil
A Universidade Federal Fluminense irá promover um encontro para elaboração do Centro de Memória Trans do Brasil -

A Universidade Federal Fluminense (UFF) promove nesta quinta-feira, 13 de junho, às 18h, um encontro para elaboração do Centro de Memória Trans do Brasil - Jovanna Baby, que irá documentar e preservar as histórias e conquistas das pessoas transsexuais e travestis. O criação do espaço é uma iniciativa da UFF com o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), a vereadora Benny Briolly e o Coletivo Trans Uffianas. Aberto ao público e com entrada franca, o evento acontecerá no Bloco O, do Campus Gragoata.

Na ocasião, haverá também mesas de debate com a presença da vereadora Benny Briolly (Psol), Jovanna Baby (presidente do Fonatrans), Indianarae Siqueira (presidente do grupo Transrevolução), Paulo Terra (professor da UFF), Matheus Sena (Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Niterói), de Zuri Moura e Ariela Nascimento (diretoras trans do DCE e militantes da Rede Trans).


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“O novo espaço vai homenagear as batalhas que pessoas transsexuais e travestis travam diariamente contra o preconceito e a discriminação. Este evento será um marco histórico e uma oportunidade única de celebrar e reconhecer nossas vidas e lutas. A presença de todas, todos e todes é fundamental para fortalecer este movimento e mostrar a importância da diversidade e da inclusão na sociedade”, explica a vereadora Benny Briolly, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara.

O acervo levará o nome de Jovanna Baby, travesti de grande importância na história LGBTQIA+, e uma das fundadoras do primeiro movimento travesti na América Latina na luta pelos direitos civis de pessoas trans e travestis. “Este evento marca o compromisso que a universidade enquanto um espaço de produção de saber deve ter com a memória e a resistência das que vieram antes de nós e abriram portas para a juventude trans seguir com a preservação do resgate de memória e fazendo justiça”, conta Ariela Nascimento.

Sobre Jovanna Baby: Jovanna Cardoso da Silva, conhecida mundialmente por Jovanna Baby, nasceu no extremo sul da Bahia e entre 11 e 12 anos teve que fugir de casa pelo sofrimento que enfrentava em família por ser trans. Foi morar nas ruas de Vitória (ES) onde cresceu e trabalhou na prostituição para auto sobrevivência. Ao completar 18 anos foi presa e autuada no artigo 59 do código penal, que versa sobre a “vadiagem”. Revoltada com tanta violência do Estado dispensada aos corpos trans, ao sair do prisão arregimentou prostitutas travestis e cis e criaram a Associação das Damas da Noite, primeira instituição brasileira que congregava mulheres trans e cis. Em 1983, Jovanna mudou-se para o Rio de Janeiro e sofreu durante 9 anos apanhando da polícia nas praças Tiradentes, Mauá e Augusto Severo. Sofrida e violentada diariamente juntou um grupo de amigas e em 1992 fundou a primeira ONG Trans do Brasil e concomitantemente do mundo, a Associação de Travestis e Liberados (Astral). Ela organizou em 1995 a primeira Caminhada Trans do Brasil com Travestis de todas as regiões do Brasil. O Encontro Nacional de Travestis também foi idealizado por Jovanna. Ela é a mais antiga ativista trans politicamente organizada do Brasil.

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