Antiga Escola de Pesca é ocupada por invasores no Gradim, em São Gonçalo
Considerada referência no ensino profissionalizante da época, o local está fechado desde 2016, quando, por falta de investimentos, precisou encerrar de vez as suas atividades
A frase escrita no portão principal, que fica aberto 24h por dia, chama a atenção dos que passam pelo local: "Não apareça". É desse modo que o local, que já foi sede da Escola de Pesca Ascânio de Faria, no Gradim, em São Gonçalo, se encontra atualmente.
Criada no ano de 1998, a Escola passou por um período de abandono, até ser reinaugurada em 2003, através de um convênio entre a Fundação Instituto de Pesca do Estado do RJ (Fiperj) e a Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca. Em 2009, a unidade, que funcionava de segunda a sexta-feira na Rua Manoel Duarte 993, chegou a ganhar o “status” de Centros de Vocação Tecnológicos (CVTs) em parceria com a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, além de ser, na época, referência no ensino profissionalizante. Porém, por falta de investimento, a Escola encerrou as atividades em 2016, ficando abandonada até 2017, quando foi ocupada pela população em situação de vulnerabilidade social.
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Se em 2016, após o fechamento da Escola de Pesca, o sentimento dos moradores da região era de incerteza, devido ao abandono do local, que por anos ofereceu cursos gratuitos profissionalizantes, agora o sentimento é de insegurança, visto o crescente número de invasores que ocupam o local para usá-lo como moradia.
De acordo com moradores da região, o descaso e falta de investimentos com a unidade educacional motivaram as ocupações, causando receio aos que vivem nas redondezas e seguem sem previsão de solução para esse problema.
Em 2022, foi noticiada a informação de que uma Escola de Mar e Pesca para apoio à atividade pesqueira seria criada na cidade de São Gonçalo, sem detalhes de sua localização específica. O Projeto de Lei, de autoria do ex-deputado Ronaldo Anquieta, foi aprovado em uma primeira discussão na Alerj, mas acabou não indo pra frente, gerando a frustação dos pescadores da cidade, que viram na proposta uma possibilidade da retomada dos cursos profissionalizantes de formação de aquaviários para o setor de pesca.
Procurados pela reportagem, o Governo do Rio de Janeiro e a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) ainda não se pronunciaram sobre o caso.
*Em atualização