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Mãe é presa após confundirem mancha de nascença com hematoma

Laxmi Thapa, de 29 anos, ficou 20 horas longe de seu filho que ainda é amamentado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de julho de 2024 - 23:34
Mãe foi detida durante 20 horas por mancha azul em seu filho ser confundida com hematoma
Mãe foi detida durante 20 horas por mancha azul em seu filho ser confundida com hematoma -

Uma mulher nascida no Nepal, chamada Laxmi Thapa, foi presa na Inglaterra por cerca de 20 horas após ser suspeita de agredir seu bebê. Tudo começou quando a mulher, de 29 anos, levou a criança ao médico. Lá, os médicos notaram manchas azuladas na pele da criança e acionaram o protocolo adotado em casos de suspeita de abuso infantil.

A mãe contou, em entrevista para a BBC, que foi separada de seu filho por 20 horas, sendo tratada "como uma criminosa", sem motivo nenhum. As manchas em seu filho não eram hematomas, como a equipe de saúde teria imaginado, e sim marcas de nascença.

Laxmi já tinha levado a criança ao médico em maio deste ano, justamente por conta das manchas azuis, que tinham ficado mais escuras. O bebê tem as manchas desde seu nascimento, o que consta em seus registros médicos. Após a consulta, ela foi levada ao hospital, onde seu filho passaria por exames mais profundos.


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Ao chegar no local, ela foi atendida e em seguida presa, sob suspeita de agressão física e negligência com seu bebê. Laxmi ficou horas detida na Delegacia de Polícia de Basingstoke, enquanto esperava por um relatório médico. Mesmo ainda amamentando, ela foi separada de seu filho durante todo esse período.

Em declaração, Laxmi afirmou que ficou muito assustada com o acontecido: “Foi difícil para mim. Eu nunca tinha ficado separada do meu bebê, desde que ele nasceu. Eu fui tratada como uma criminosa. Fiquei a noite toda em uma cela. Sem provas médicas, eles me colocaram sob custódia." Sem a mãe, o bebê foi cuidado no hospital, onde exames posteriores foram feitos e mostraram que não havia ferimentos esqueléticos.

O Fundo Administrativo Hampshire, responsável pelo hospital em que o caso aconteceu disse que a segurança das crianças era uma "prioridade" e, embora não tenha comentado sobre o caso em particular, acrescentou que é "complexo" diferenciar entre hematomas e as mancha azuis, também conhecidas como manchas mongólicas.

Apesar de pouco conhecida, a mancha mongólica é muito comum, não só no Brasil, mas em toda a América Latina. Ela ocorre em função da miscigenação, isto é, a mistura de raças. O nome faz menção aos mongóis, um grupo étnico que habitava a Ásia Central. No corpo, o que ocorre é que em determinadas regiões, os melanócitos – células que possuem melanina, pigmento responsável por dar a cor para a nossa pele – se acumulam de forma irregular. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, elas surgem em 10% dos brancos, 40% dos latinos, 80% dos negros e, em descendentes de orientais, chega a 90%.

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