Cesta básica: Qual é a diferença entre a do governo e a entregue como benefício
Segundo dados divulgados pela ONU, o Brasil tem hoje 70,3 milhões de brasileiros em insegurança alimentar
O Brasil é um país com mais de 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias, de acordo com um relatório recente divulgado pela Organização das Naçoẽs Unidas (ONU). Além disso, segundo dados da mesma instituição, o país tem hoje 70,3 milhões de brasileiros em insegurança alimentar. Diante desses números altamente relevantes, a nação conta com algumas ações para mitigar o problema, e uma delas é a definição da cesta básica do governo, elaborada com foco no atendimento de políticas públicas.
De acordo com o Decreto de n° 11.936, de 5 de março deste ano, a composição do kit de produtos tem como intuito estruturar “a composição da cesta básica de alimentos no âmbito da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da Política Nacional de Abastecimento Alimentar, com a finalidade de garantir o direito humano à alimentação adequada e saudável e promover a soberania e a segurança alimentar e nutricional”. Em outras palavras, a legislação busca assegurar o direito dos brasileiros a uma alimentação saudável que promova saúde e bem-estar, por meio de itens básicos que atendam às necessidades de uma família.
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A cesta básica do governo costuma ser composta de produtos essenciais na alimentação nacional, como feijão, arroz, óleo, açúcar, sal e café. Nesse tipo de cesta, o foco tende a ser mais uniforme, com o objetivo de atender às necessidades nutricionais básicas da população em situação de vulnerabilidade. Há diferenças na cesta básica do governo da cesta básica como benefício, distribuída em diversas companhias no país.
Diretora comercial da QualyCestas, Bruna Bertoli explica que "enquanto a primeira foca na garantia da segurança alimentar, viabilizando o acesso dos brasileiros à alimentação, a segunda vai além desse princípio e adapta-se às necessidades dos colaboradores e de seus familiares, com itens como detergentes, desinfetantes e sabonetes".
"Não existe uma uniformidade rígida a respeito dos itens que compõem essas cestas distribuídas, tendo em vista que essa flexibilidade permite que as empresas consigam atender a diferentes segmentos do mercado, desde convenções coletivas de trabalho até demandas personalizadas para ocasiões especiais, como eventos, Natal ou doações, em que o cliente tem total liberdade para escolher quais produtos estarão na cesta", explica.
Apesar das diferenças entre elas, de acordo com especialistas no tema, as cestas devem incluir uma variedade de alimentos capazes de fornecer macro nutrientes necessários (proteínas, carboidratos e lipídios), elementos indispensáveis para o fornecimento de energia ao corpo. Entre os produtos ricos em carboidratos em uma cesta básica, destacam-se o arroz, o macarrão e os farináceos, como a farinha de trigo, de mandioca, milho e fubá. As proteínas, fundamentais para a construção e reparação de tecidos corporais, podem ser encontradas em leites e derivados, bem como carnes, sardinha e leguminosas, caso de feijões e ervilhas. Por último, os lipídios são entregues em uma cesta básica por meio de óleos vegetais, como o de soja. Eles desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde das células e na absorção de certas vitaminas essenciais para o funcionamento do corpo.
Além disso, as cestas básicas também se atentam aos micronutrientes (vitaminas e minerais), que participam de diversas reações químicas no corpo e são encontrados em praticamente todos os alimentos, ainda que em quantidades variadas. São geralmente encontrados em frutas, verduras e legumes, que contribuem para a prevenção de doenças e para um melhor funcionamento do organismo. No caso das cestas básicas oferecidas como benefício por empresas, as possibilidades são ainda maiores, tendo em vista que há uma maior diversidade de produtos de acordo com os valores nutricionais desejados e as preferências dos trabalhadores da empresa.
"Dessa forma, as companhias têm maior autonomia para personalizar e inovar na composição das cestas básicas. Isso permite que seja feita uma abordagem mais flexível na seleção dos produtos, como a redução de itens ricos em açúcar e sódio, com o intuito de promover uma alimentação mais saudável e equilibrada aos trabalhadores. A possibilidade de personalizar as cestas faz com que as companhias não apenas atendam às exigências contratuais de cada convenção coletiva, mas também tenham um cuidado maior com a saúde e com o bem-estar dos beneficiários. Comer bem é, portanto, sinônimo de mais saúde", completa Bruna Bertoli.