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Entenda o motivo de Israel extrair esperma de soldados mortos pela guerra

Segundo médico, "é a última chance de preservar a opção de reprodução e fertilidade no futuro"

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de agosto de 2024 - 19:02
Soldados israelitas tem esperma extraído como última opção de reprodução
Soldados israelitas tem esperma extraído como última opção de reprodução -

O soldado israelense Reef, de 20 anos, foi morto em combate em abril deste ano, na Faixa de Gaza. O caso chegou até sua família. Pai do soldado, Avi Harush, diz ter sentido que "algo horrível" estava para acontecer alguns dias antes de receber a notícia.

Ao ser informado pelos militares da perda de seu filho, Avi recebeu a informação que seu fulho estava dentro do prazo que permite a extração de esperma e perguntaram se ele e os demais familiares estavam interessados. Mesmo sem ter deixado esposa ou namorada, o homem disse que seria uma forma da família se apegar ao filho após sua morte.

A escolha da família não é a primeira do tipo e faz parte de um grupo crescente que optou por congelar o esperma de seus filhos após o início da guerra. Desde outubro de 2023, cerca de 170 jovens, tanto civis quando soldados, tiveram seu esperma extraído.


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A família de Reef procura uma mulher que aceite gerar seu filho. O pai, Avi, se diz determinado em conseguir que a gestação dos netos seja bem sucedida: "Isso vai acontecer e os filhos dele receberão esta caixa”, afirmou, fazendo referência a uma caixa de papelão, repleta de diários, álbuns e lembranças de seu filho.

O diretor do banco de esperma do Centro Médico Shamir, Itai Gat, afirmou que "ter um esperma vivo de um filho falecido tem grande significado". Ele também disse que é a última chance de preservar a opção de reprodução e fertilidade no futuro. Segundo o médico, mesmo tendo uma grande significado, as regras atuais criam dilemas éticos, já que, muitas vezes, não há um registrado claro de consentimento do "doador".

Itai Gat admite que antes era contrário à extração de esperma sem o consentimento do falecido. Sua opinião mudou ao conhecer familiares que perderam entes queridos na guerra: "Vejo o quanto isso é significativo para elas, como às vezes lhes traz algum conforto."

No campo espiritual, o rabino Yuval Sherlo, uma figura importante no judaísmo liberal e líder do Centro Tzohar de Ética Judaica, em Tel Aviv, considera a questão “complexa e sensível.” Ele afirmou que a questão envolve dois princípios importantes da lei judaica: a continuidade da linhagem de um homem e o sepultamento do corpo inteiro. “Para alguns, a continuidade da linhagem é tão essencial que justificaria a violação do corpo, enquanto, para outros, o procedimento não deveria ocorrer em nenhuma circunstância por violar da integridade do corpo.”

As regras atuais do país são baseadas em diretrizes publicadas pelo Procurador-Geral em 2003, mas que ainda não foram trandormadas em lei. Legisladores têm tentado criar uma legislação mais clara e abrangente, mas os esforços foram interrompidos.

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