Menino autista de 9 anos é aprovado em vestibular de engenharia de software
Miguel Rosa tem feitos incríveis, como a descoberta de 200 exoplanetas e mais de 60 medalhas em olimpíadas de conhecimento
O jovem Miguel Rosa dos Santos, de apenas 9 anos, é autista e sempre foi fascinado por números. Com apenas 2 anos, ele conseguia fazer cálculos de adição e subtração e com 4 já era capaz de reproduzir a tabuada. Com toda essa facilidade, o jovem começou a se apaixonar por coisas ainda maiores, como estudo dos planetas. Ele chegou a dizer para a mãe que seria engenheiro aeroespacial, por admirar tanto espaço naves e foguetes. As informações foram divulgadas na reportagem da Revista Crescer, do Grupo Globo.
Miguel, de Presidente Prudente, em São Paulo, é considerado uma das crianças superdotadas do país. O menino acumula conquistas incríveis, como a descoberta de 200 exoplanetas e mais de 60 medalhas em olímpiadas de conhecimento, a maioria na área de matemática, sendo oito delas internacionais.
O pequeno está cursando o 4º ano do Ensino Fundamental e, em junho deste ano, foi aprovado no vestibular de engenharia de software na Unoeste, Universidade do Oeste Paulista. Mesmo sendo estudante do ensino básico e não poder ingressar oficialmente no curso, Miguel vem desenvolvendo projetos com os pesquisadores do programa de doutorado da instituição.
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A mãe de Miguel, Josiane Luzia Mendonça dos Santos, não cogitava que o filho poderia ter altas habilidades. Ela acreditava ser por conta de um hiperfoco do autismo. Com o passar do tempo, os sinais começaram a ficar ainda mais perceptíveis. O pequeno ampliou os interesses. Além de astronomia, ele se interessou por robótica e chegou a criar um trenzinho movido à energia solar. A mãe também revelou que a criança, aos 4 anos de idade, montou um quebra-cabeça de mil peças em menos de duas horas.
O autismo
O diagnóstico de autismo é bem desafiador, no entanto, há alguns sinais que acabam chamando a atenção dos pais. No caso de Miguel, Josiane percebeu que o filho apresentava um comportamento atípico desde bebê: “Ele não fazia contato visual, não gostava de contato físico, tinha seletividade alimentar e hiperfoco. Mas acabamos postergando a busca por diagnóstico."
Quando o pequeno entrou na idade escolar, em 2019, a família decidiu fazer uma avaliação com um especialista, mas Miguel sofreu uma parada cardiorrespiratória e, devido às complicações e internações, ficou fora da escola por três anos. Em 2021, o menino foi examinado por um neuropediatra especializado em autismo que confirmou o seu diagnóstico e alertou à família sobre a possibilidade de Miguel ser uma criança superdotada.
Segundo a mãe, atualmente, o pequeno faz acompanhamento com um neuropediatra e psiquiatra infantil, além de também ser monitorado por um cardiologista. Devido à superdotação, Miguel precisa ser estimulado, por isso, faz vários cursos extras e, inclusive, é aluno ouvinte da pós-graduação em física da UNESP (Universidade Estadual Paulista).
Para Josiane, um dos maiores desafios é evitar que o filho perca o entusiasmo com os estudos: “O Miguel acha os conteúdos de seu ano desinteressantes, e apesar da escola estar fazendo um bom trabalho na parte da sociabilização, ele se sente muito desmotivado". Além disso, ela ressaltou que filho já sofreu bullying enquanto estudava em uma outra escola: “Era chamado de estranho, anormal, fora outros nomes que eu prefiro nem mencionar, o que acabou criando uma certa resistência ao ambiente escolar.”