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UFF decidirá sobre cota trans para graduação e pós-graduação nesta quinta-feira (19)

Se aprovada, a medida entrará em vigor no primeiro semestre de 2025

relogio min de leitura | Escrito por Cristine Oliveira | 19 de setembro de 2024 - 08:39
A reunião do CEPEx será transmitida ao vivo pelo canal da TV Universitária da UFF no YouTube, com retransmissão ao público pela ADUFF
A reunião do CEPEx será transmitida ao vivo pelo canal da TV Universitária da UFF no YouTube, com retransmissão ao público pela ADUFF -

A regulamentação das cotas para estudantes transgêneros será votada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) da Universidade Federal Fluminense (UFF) nesta  quinta-feira (19). Se aprovada, a medida entrará em vigor no primeiro semestre de 2025, abrangendo os cursos de graduação e pós-graduação de todos os campi da UFF.

“Com essa política de cotas, garantiremos que, a cada semestre, todos os cursos de graduação reservem 2% de suas vagas para pessoas trans. Isso representa, no mínimo, um estudante transgênero em cada curso da UFF. Essa iniciativa não apenas significa um avanço, mas também reforça a naturalização das nossas identidades como sujeitos legítimos no processo de ensino, pesquisa e extensão”, afirmou Ariela Nascimento, Coordenadora da Rede Trans UFF


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Essa medida visa não apenas ampliar o acesso de pessoas trans ao meio acadêmico, mas também conscientizar a sociedade sobre a presença e o valor intelectual dessa população na produção de conhecimento científico.

“Pensar em ações afirmativas para essa população é reconhecer que fomos historicamente marginalizados em termos de direitos sociais. As cotas trans não são um privilégio, mas sim uma política pública de reparação histórica diante da violência racista e transfóbica que nossa comunidade enfrenta”, declarou Zuri Moura, estudante de Serviço Social.

Como vai funcionar?

Os estudantes que se beneficiarem dessa política passarão por um processo de verificação para evitar fraudes. Esse processo será conduzido por uma comissão composta por docentes e discentes.

“As/os estudantes trans ingressantes por meio dessa política serão avaliados por uma comissão de heteroidentificação, formada por profissionais capacitados e engajados na luta pelos direitos e na compreensão dos desafios enfrentados pelas identidades trans na sociedade brasileira”, explicou Ariela.

O objetivo social das cotas é permitir que essa população tenha mais oportunidades de ocupar cargos de liderança e espaços acadêmicos, contribuindo para a construção de um país mais inclusivo.

A reunião do CEPEx será transmitida ao vivo pelo canal da TV Universitária da UFF no YouTube, com retransmissão ao público pela ADUFF. A entidade docente também convidou a comunidade acadêmica a acompanhar o debate em sua sede, e o SINTUFF reforça esse convite.

Confira a nota da UFF na integra: 

"A Universidade Federal Fluminense (UFF) reconhece a importância das políticas afirmativas no combate às desigualdades estruturais e injustiças sociais. Assim, cumprindo a sua missão e responsabilidade social com a sua comunidade acadêmica e com a sociedade, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) votará, em reunião extraordinária, nesta quinta-feira (19), a resolução para regulamentar a política afirmativa de reserva de vagas para ingresso na graduação e na pós-graduação para estudantes trans a partir de 2025 na Universidade Federal Fluminense.

De acordo com a proposta, serão reservadas dois por cento das vagas às pessoas trans para todos os cursos de graduação, nos processos seletivos de ingresso conforme ocorre nas demais políticas afirmativas vigentes na universidade, e uma vaga extra para cada curso de pós-graduação. Com a medida, estima-se que aproximadamente 360 pessoas possam ser contempladas. Sendo 230 na graduação e 130 nos cursos de pós-graduação.

Cabe ressaltar que essa política é resultado de uma construção democrática, do protagonismo do Coletivo de Estudantes Trans da UFF e do diálogo com a Administração.

Por fim, destaca-se que a UFF já possui política de ingresso para pessoas trans em alguns programas de mestrado e doutorado e desenvolve ações visando ao acolhimento e à permanência estudantil"

Sob supervisão de Marcela Freitas 

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