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Niterói lamenta ataque de Israel ao Líbano, que matou 558 pessoas

Diretor de clube libanês na cidade comenta conflitos; "os libaneses não querem essa guerra"

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de setembro de 2024 - 23:31
Ataque foi na última segunda-feira
Ataque foi na última segunda-feira -

O Líbano sofreu o bombardeio mais letal dos últimos dezoito anos na última segunda-feira (23). A ofensiva ordenada pelo Governo de Israel deixou 558 mortos no território libanês nesta segunda (23), além de outras seis vítimas nesta terça (24) até o fim da tarde. A situação atingiu não apenas os milhares de moradores do país no Oriente Médio como a comunidade de libaneses e descendentes do Brasil, a maior do mundo fora do Líbano.

Em Niterói, a mais de 8,8 mil quilômetros de distância, descendentes e familiares de libaneses precisam lidar com a preocupação acerca dos conflitos no Oriente, como é o caso de Marcelo Bazhuni, filho de libanês e atual diretor social do Clube Líbano Fluminense. Morador de Niterói, ele explica que o grupo fundamentalista islâmico Hezbollah, que é o alvo dos ataques de Israel, não representa op governo do Líbano, que tem um poderio militar menor do que o Hezbollah e não tem interesse no conflito. Libaneses como os da família dele acabam obrigados a lidar com uma guerra que não escolheram lutar.

"A gente lamenta a situação, porque os libaneses não querem essa guerra. É um conflito que não tem nada a ver com os interesses dos libaneses. O Hezbollah representa um movimento xiita, não o Líbano. Se esperava que Israel tivesse um pouco mais de controle e evitasse atacar a região", destaca o diretor do Líbano Fluminense, clube com sede em Niterói e Maricá dedicado a preservar a cultura libanesa na região.

Capital libanesa, Beirute foi uma das cidades mais atingidas, já que um suposto comandante do grupo fundamentalista estaria lá. Marcelo, que já visitou a cidade em cinco ocasiões e tem familiares lá, explica que a cidade é dividida em dezoito partes, uma para cada grupo religioso. Uma tia e um primo de Marcelo vivem na área cristã da cidade, para onde estão indo muitos dos moradores de regiões islâmicas alvejadas por Israel.

"Beirute foi atingido apenas na região muçulmana, mas o Líbano é um país muito pequeno. É como se Icaraí recebesse uma bomba e a vida seguisse na Região Oceânica de Itaipu. É tudo bem próximo. Da parte cristã, onde tenho familiares, você consegue ver o cogumelo das bombas, ouvir o barulho dos conflitos na parte muçulmana. Um primo meu lidera um grupo cristão que está acolhendo os muçulmanos e angariando recurso para ajudar quem está fugindo das regiões de conflito", explica o diretor do Clube.

Nesta terça (24), o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse, em coletiva de imprensa, que o país não pretende iniciar uma invasão ao Líbano e que prefere uma solução diplomática para o conflito, mas não descartou o uso de “outros métodos para mostrar ao outro lado que estamos falando sério”.

Já Abdallah Bou Habib, ministro das Relações Exteriores libanês, pediu ajuda ao Governo dos Estados Unidos para intervir no conflito. Segundo o representante do Líbano no exterior, "apesar de desapontamentos no passado", os EUA seriam o "único país que realmente podem fazer a diferença no Oriente Médio e em relação ao Líbano".

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