Médicos da UPA Fonseca denunciam redução salarial e falta de direitos trabalhistas
Os profissionais tiveram redução em seus salários dois meses após atrasos no pagamento; Houve tentativa de paralisação, mas segundo relatos, os médicos sofreram "ameaças" caso dessem prosseguinto à ação
Médicos da UPA do Fonseca, localizada na Rua Sá Barreto, 107, em Niterói, estão denunciando uma mudança na administração do local, que acarretou na redução salarial dos profissionais após dois meses de salários atrasados.
De acordo com relatos, os médicos foram comunicados, no último domingo (6), sobre a redução de seus salários e, na segunda-feira (7) uma nova empresa PJ (pessoa jurídica) assumiu a administração do local.
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"A UPA é administrada pela Fundação Estadual de Saúde e agora houve mudança para uma PJ (Pessoa Jurídica) . Estamos indignados, não temos CLT e trabalhamos sob regime de PJ após nos associarmos obrigatoriamente. Não temos direitos, décimo terceiro, férias, nem mesmo a atestado médico. Também tentamos fazer uma paralisação na segunda-feira, ficando com atendimento restrito apenas à pacientes com pulseira amarela e vermelha até terça-feira, mas fomos ameaçados. Nos avisaram que se continuássemos, tomariam medidas cabíveis. Não permitiram que nos manifestássemos", contou uma profissional que atua na UPA e não quis ser identificada.
"A representante da nova PJ ainda ousou dizer que conseguiria refazer a escala médica da UPA com novos médicos, já que, segundo ela, por ano se formam mais de 2 mil profissionais. Isso é muito desrespeitoso", completou a médica.
Ainda segundo relatos dos profissionais da UPA, a redução impactou diretamente os médicos, visto que a redução aconteceu da seguinte forma: sala verde dia de semana - redução de 6% e sala vermelha - 10%. Plantão de sala verde fim de semana - 3% e sala vermelha - 4%. Com a redução salarial, não houve redução de carga horária, sendo mantidos os plantões por cada dia da semana.
Os médicos entraram em contato com o setor jurídico do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), para notificar sobre a redução salarial e também obter respaldo em relação à paralisação, mas até agora não tiveram nenhum retorno.
A reportagem de O SÃO GONÇALO entrou em contato com o Conselho, mas ainda aguarda o retorno.
Também procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde, através da Fundação Saúde, gestora da UPA do Fonseca, informou que as negociações foram realizadas e a unidade mantém funcionamento normal.
* Em atualização