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Casal de idosos denuncia consequências de obras na rodovia estadual em Santa Luzia, SG

Os moradores relatam que uma obra realizada pelo DER em terreno ao lado da residência vem causando problemas estruturais e insegurança no local

relogio min de leitura | Escrito por Lívia Mendonça | 17 de outubro de 2024 - 15:13
Casal de idosos sofre as consequências de uma obra realizada pelo DER no terreno ao lado de sua casa
Casal de idosos sofre as consequências de uma obra realizada pelo DER no terreno ao lado de sua casa -

Um casal de moradores do bairro Santa Luzia, em São Gonçalo, está denunciando uma obra do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) no terreno ao lado de sua residência, localizada na Av. Alzira Vargas. Segundo os moradores, as atividades do órgão estão causando abalos na estrutura da casa e insegurança para o local.

De acordo com relatos do aposentado José Francisco Soares de Assumpção, 73 anos, e de sua esposa, a artesã Sonia Lopes de Assumpção, 67 anos, há cerca de um ano, o terreno de trás, que fica "muro a muro" com a casa do casal e era repleto de árvores frutíferas, foi tomado por uma "obra" do DER.


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"Foi aí que todos os nossos problemas começaram. Eles passaram a tirar o lixo da periferia da rua e trazer pra esse terreno aqui de trás. Aqui tinha abacateiro e outras diversas árvores frutíferas, mas arrancaram tudo e começaram a trazer esse lixo. Eu reclamei muitas vezes e fui motivo até de piada, mas eu não sou burro, a gente vê as coisas acontecendo na nossa frente e tem que ficar calado? Com isso de jogarem lixo, começaram a entupir também o rio que passa aqui atrás e com isso, a cada vez que chove, minha casa inunda. As consequências estão visíveis para quem quiser ver: rachaduras, piso levantado, buracos. Fizeram desse terreno uma grande lixeira", contou Sr. José Francisco.

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"O que separa esse terreno do terreno da minha casa é a própria parede da minha casa. Não tem muro, é construção antiga, então a minha parede é o muro de lá e o muro de cá. Por isso minha casa está sendo atingida diretamente", completou.

Moradores do local há 15 anos, o casal nunca havia passado por nenhum tipo de transtorno relacionado à estrutura da casa, mas tudo mudou quando o órgão do estado passou a utilizar o terreno.

"A casa é humilde, mas cuidamos com muito zelo. Estávamos levando, mas isso aqui não é lixeira. Ouvi dizer que eles tinham um contrato com uma firma e essa firma encerrou o contrato com eles, então eles tinham que colocar o lixo em algum lugar e foi aqui, infelizmente. Mas com isso, estão mexendo em toda estrutura, e as rachaduras estão ficando cada vez mais fortes. A sorte é que por enquanto vieram poucas chuvas, e ainda assim nós tiramos mais de 10 baldes de água do nosso quarto. Mas imagina com as chuvas de verão, que sempre vem mais fortes? Nosso medo é que a casa não aguente", contou D. Sonia.

"Há uns 15 dias começaram a tentar tirar esse lixo porque arrumaram um outro local no Colubandê para depositar. Aí eu estava sentado aqui na sala quando de repente ouço um estrondo. Um senhor que estava trabalhando com aquela máquina que tem uma pá, simplesmente entrou com tudo aqui na parede e fez esse buraco enorme, o que mexeu ainda mais com a estrutura da casa, que passou a ficar comprometida desde quando eles chegaram aqui. Eles até taparam o buraco precariamente, lá pelo lado do terreno, mas não é assim que as coisas funcionam", completou José Francisco.

Buraco na parede da residência ocasionado pela ação de um funcionário do DER
Buraco na parede da residência ocasionado pela ação de um funcionário do DER |  Foto: Layla Mussi

Apreensão

A cada dia que passa, a preocupação com a casa só aumenta e o casal de idosos se vê em constante aflição por não saber por quanto tempo a estrutura da residência irá suportar, visto que as máquinas continuam atuando no terreno e as rachaduras só crescem.

"Eles até falaram que isso a gente da um 'jeitinho', mas eu não quero jeitinho. Primeiro que essa casa aqui é alugada, não é minha, não sou o dono, sou o responsável, e quando a coisa não é sua, você tem que zelar mais ainda. Segundo que jeitinho aqui não cabe, porque todos esses problemas que eles geraram precisam ser resolvidos. Eu não sou engenheiro pra te dizer que essa estrutura toda aqui tem chance de cair, mas eu também não sou burro, e aparentemente o caso é sério, a casa está comprometida e pra gente que vive aqui, o medo é diário", afirmou Sr Francisco.

"Não foi assim que eles encontraram a casa, e nós não ocasionamos mal nenhum para o lado deles, mas eles ocasionaram aqui. Não é pela casa ser antiga que justitica esse descaso. Se tudo que fosse velho fosse descartável assim, eu e minha esposa estaríamos ferrados", completou.

Consequências

Recentemente, mais uma consequência da ação do DER no terreno ao lado assombrou a vida do casal e de sua família. Segundo relatos do aposentado, uma pessoa invadiu o quintal da residência e furtou alguns objetos pessoais e profissionais, como roupas, materiais de limpeza e até mesmo materiais de trabalho da neta, que é fotógrafa e mora numa casa dentro do mesmo terreno dos avós. 

"Entrou uma pessoa no quintal da nossa casa e na casa da minha neta, coisa que nunca tinha acontecido antes. Tudo isso devido a esse nosso muro estar com um acesso mais fácil para o terreno aqui de trás, graças à ação do DER. Com a quantidade de lixo que eles depositaram, o terreno de lá subiu, o que facilitou para que consigam pular para nossa casa. Então além de todos os problemas estruturais, agora temos que lidar também com a insegurança, problemas que nunca tivemos, coisas que nunca tinham acontecido", relatou o aposentado.

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Ação contra o DER

Com o auxílio da advogada Natália Barros, o casal de idosos continua lutando para ter seus direitos assegurados e assim poder viver de maneira digna e segura no local onde moram há mais de uma década.

"Iremos acionar o DER de forma administrativa, além de pedir que um engenheiro dê um laudo sobre o estado dessa residência. Nós entendemos que toda essa ação desse órgão mexeu com a estrutura da casa e não era nem para eles estarem morando aqui, devido ao risco. A alegação de que a casa não tem coluna, que não é uma casa forte, é inadmissível, porque cada um constrói conforme as suas condições, então isso não é desculpa para que a residência seja tratada com total descaso. Vamos entrar com uma ação inicialmente de maneira administrativa, de forma correta, para estar resolvendo, e, caso não resolva, iremos partir para uma ação judicial contra a DER e consequentemente, contra o estado", explicou a advogada Natália Barros, responsável pelo caso.

Procurado pela reportagem de O SÃO GONÇALO, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) informou, em nota, que "lamenta o ocorrido e já se colocou à disposição dos moradores afetados. Uma equipe técnica esteve no local para avaliar a situação do imóvel e, assim, reparar possíveis danos causados pelo DER. O Departamento ressalta que está em contato com a família para oferecer apoio e orientar no que for preciso, garantindo a segurança de todos".

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