Ato no Buraco do Lume marca condenação dos assassinos de Marielle Franco; Vídeo!
O espaço é simbólico, abrigando uma estátua em homenagem à vereadora e sendo frequentemente utilizado por políticos do PSOL
Na noite da última quarta-feira, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Ronnie Lessa a 78 anos e Élcio de Queiróz a 59 anos de prisão pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em comemoração a essa decisão, a família de Marielle realizou um ato na Praça Mário Lago, popularmente conhecida como Buraco do Lume, localizada no Centro do Rio. O espaço é simbólico, abrigando uma estátua em homenagem à vereadora e sendo frequentemente utilizado por políticos do PSOL.
Durante o ato, a mãe de Marielle, Marinete Franco, expressou sua gratidão pelo apoio recebido e celebrou a conquista judicial. "Eles mataram a minha filha, e eles vão ter que pagar. Agradeço por cada ato feito até hoje. Estou aqui para celebrar e dizer que nunca estivemos sozinhas", afirmou Marinete, que compartilhou também sua luta pessoal contra o câncer e outras dificuldades.
Antônio Francisco, pai de Marielle, falou sobre a emoção de ter comemorado a condenação no tribunal, destacando que essa vitória representa a força de todos que caminharam ao lado da família. "Hoje eu tive um momento de muita alegria. Essa vitória que nós tivemos quero que seja estendida a todos os familiares que perderam entes queridos", declarou.
A filha de Marielle, Luyara Franco, se emocionou ao lembrar do longo julgamento, ressaltando a frieza dos assassinos durante os relatos do crime. "Foi muito difícil ver a frieza com que os réus falavam, como se as vidas fossem descartáveis. O dia de hoje é de justiça, e vamos continuar honrando o legado da minha mãe e do Anderson", destacou.
A irmã de Marielle, Anielle Franco, que ocupa o cargo de ministra da Igualdade Racial, também comentou a luta contínua pela justiça. "A Mari foi assassinada defendendo o que acreditava. Seguimos com o vazio no peito, mas a certeza de que a justiça está sendo feita", afirmou.
A condenação de Lessa e Queiróz foi um desfecho esperado após um julgamento que durou dois dias, onde foram apresentadas 13.680 páginas de processo e 68 volumes de provas. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia denunciado os réus por duplo homicídio triplamente qualificado, um homicídio tentado e receptação. A juíza Lúcia Glioche reconheceu a gravidade do crime e a dor que ele causa às famílias, enfatizando que a sentença deve servir de aviso para a sociedade.