Gonçalense com aneurismas cerebrais aguarda cirurgia de emergência na fila do SUS
Mesmo com encaminhamento médico de urgência, Teodoria Romana Pereira, de 62 anos, ainda não realizou a cirurgia; o caso é grave, pois os aneurismas podem romper a qualquer momento
A diarista gonçalense Teodoria Romana Pereira, de 62 anos, diagnosticada com dois aneurismas cerebrais, está há cinco meses na fila do SUS para conseguir realizar uma cirurgia que, apesar de ser considerada de emergência, ainda não aconteceu.
De acordo com relatos da filha, Myllene, Teodoria começou a sentir um desconforto na visão em meados do ano passado, quando sua visão passou a ficar "torta" e "embaçada".
"Levamos ela para fazer fisioterapia e não melhorou. Foi então que o médico pediu para ela fazer uma tomografia, mas não conseguimos pelo SUS e ela teve que pagar. Na tomografia, feita no início desse ano, foi constatado que ela está com dois aneurismas cerebrais", contou Myllene.
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Moradora do Jardim Catarina, a diarista procurou a Clínica da Família e conseguiu marcar uma consulta com um médico neurologista do SUS, que informou de imediato que o caso era grave.
"Ele nos deu um encaminhamento para a cirurgia da minha mãe e ela entrou para a fila em junho, mas nunca nos retornaram, ainda estamos aguardando. Ela sente fortes dores de cabeça e precisa que sempre tenha alguém com ela, pois o caso é delicado e os aneurismas podem se romper a qualquer momento. Ela está com uma "bomba relógio" na cabeça. Além disso, como o aneurisma está na direção da visão dela, a vista fica frequentemente embaçada, chegando a travar e não mexer. É muito ruim essa incerteza do que pode acontecer", lamentou Myllene.
Enquanto espera pela cirurgia de emergência, Teodoria precisou parar de trabalhar, já que não pode fazer esforço devido aos aneurismas cerebrais. A diarista também deu entrada no pedido de aposentadoria, visto que já consta no sistema do INSS, que ela possui direito [62 anos de idade e 15 anos de contribuição - completo em agosto deste ano].
"O primeiro pedido dela, feito em setembro, foi negado, aguardamos por dois meses pela resposta. Agora, em novembro, ela entrou com um segundo pedido, que está em análise. No site do INSS diz que ela já tem o tempo necessário de contribuição e, com isso, tem direito ao pedido", afirmou a filha de Teodoria.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro disse em nota que a paciente Teodoria Romano foi inserida no Sistema Estadual de Regulação (SER) pela unidade solicitante (SAD - Serviço de Atendimento Domiciliar) em 12/07/24 para consulta em neurologia.
"Ao identificar o equívoco, o regulador orientou a mudança para neurocirugia e cancelou o pedido para que a unidade solicitante fizesse a correta inserção no SER, o que até agora, não foi feito. Cabe ressaltar que é papel da unidade que solicita consultas ao SER é acompanhar a solicitação até o seu agendamento correto", disse a nota.
Já a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informou em nota que a paciente está agendada para neurocirurgião no Sistema Estadual de Regulação (SER).
Também procurado pela reportagem, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), informou em nota que "o requerimento de aposentadoria por idade da senhora Teodoria Romana Pereira, realizado em setembro de 2024, foi indeferido por falta de tempo de contribuição. Por lei, são exigidos 15 anos de contribuição".
"O INSS informa ainda que o novo pedido de aposentadoria da senhora Teodoria está em análise e foi colocado em exigência. A segurada precisa realizar o pagamento da complementação da contribuição realizada abaixo do salário-mínimo vigente na época, referente a competência 01/2021. A guia de pagamento está anexada ao requerimento e pode ser acessada pelo site ou aplicativo do Meu INSS", finalizou a nota.
Ao final desta quinta-feira (21), a filha de Teodoria confirmou à reportagem que recebeu uma ligação de confirmação para a marcação de uma consulta para sua mãe, no dia 2 de dezembro, no Hospital do Cérebro.