Mais de 1 milhão de aposentados tiveram descontos indevidos em suas contas do INSS
Fato foi descoberto após a realização de uma auditória
A informação foi revelada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na noite da última sexta feira (22): mais de 1 milhão de brasileiros estão sofrendo descontos indevidos de aposentadorias e pensões do INSS. Os números mostram que, entre janeiro de 2023 e maio de 2024, 1,056 milhão não autorizaram o desconto, que, em média, é de R$ 39,74 por mês.
Francisco Hércules Marquês, é uma dessas vítimas. Dele, foram dois descontos de R$ 77, em julho e agosto de 2024. O dinheiro foi para uma associação que dá suporte a aposentados. Só que o homem não pediu suporte nenhum e muito menos autorizou qualquer desconto.
"Eu falei, ora, que valor é esse? Não fiz nenhum consignado. Não fiz nenhum empréstimo. Não assinei nenhum documento. Então, eu já deduzi que fosse alguma forma de extorquir o meu dinheiro", afirmou.
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"Agora vou recorrer ao INSS, vou ligar ou vou lá, vou ver direitinho como eu posso fazer para eles pararem com esse desconto e, se for possível, me devolver o dinheiro. Um dinheiro que me faz falta", ressalta o aposentado.
Os convênios para descontos dos pagamentos do INSS são legais. Trinta e sete associações e sindicatos fazem isso. Entidades que oferecem serviços como auxílio funeral, odontológico e psicológico. A ilegalidade está no desconto não autorizado.
Quase 8 milhões de aposentados e pensionistas tem descontos na pagamento, mas o aumento de reclamações de cobranças indevidas, fez com que o INSS, realizasse uma auditória.
Cinco associações estão sendo investigadas e podem ter os contratos cancelados. Para pedir o bloqueio ou a exclusão de qualquer desconto, pensionistas e aposentados podem ir a uma agência, ou usar o telefone para acessar o site ou realizar o procedimento pelo próprio aplicativo "Meu INSS".
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto afirma que quem foi vítima da fraude vai ter o dinheiro de volta.
"A regra geral é: devolução imediata e, se a entidade não comprovar que realmente a pessoa fez aquela afiliação, nós podemos e fazemos o bloqueio de valores daquelas entidades que tenham a receber para indenizar essas pessoas", explicou.