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Pipa com linha chilena: prática proibida continua fazendo vítimas nas rodovias de SG

Saiba como se proteger e denunciar

relogio min de leitura | Escrito por Lívia Mendonça | 26 de novembro de 2024 - 12:55
Linhas de cafifa com material cortante causam riscos aos motociclistas que trafegam na BR-101
Linhas de cafifa com material cortante causam riscos aos motociclistas que trafegam na BR-101 -

Os dias que se aproximam do verão, com sol quente e vento fresco e intenso ao longo do dia, são ideais para “subir” uma pipa, como dizem os apaixonados pela brincadeira. A prática, que é divertida, saudável e passa de geração em geração, contudo, pode representar um risco à vida daqueles que andam de moto. Apesar de proibido, o uso de linhas com material cortante, como cerol, conhecido também como linha chilena, para empinar pipas ainda é comum e faz muitas vítimas, algumas fatais.

Basta uma busca na internet para descobrir que os acidentes com esse tipo de linha são frequentes, assim como noticiou O SÃO GONÇALO, nesta terça-feira (26). Um Guarda Municipal de São Gonçalo teve o pescoço cortado pela linha chilena, enquanto trafegava, em direção ao trabalho, na BR-101.

Feita com uma mistura de óxido de alumínio e pó de quartzo, a linha chilena mata, anualmente, centenas de motociclistas, que precisam adotar medidas de proteção que assegurem suas próprias vidas.


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Para o entregador de autopeças, Fabrício da Rosa Batista, de 33 anos, ter, na moto da empresa, a antena corta-pipa, lhe traz uma sensação de segurança para conseguir executar suas funções pelas rodovias da região de forma segura.

"Ter a antena corta-pipa [como é chamada] na moto é uma coisa que eu considero ser muito importante. Já tive amigos que tiveram acidentes com linhas de pipas. Acho importante não só para motos, mas também para bicicletas e até mesmo carros, porque já ouvi relatos de motoristas que tiveram retrovisores e para-brisas danificados por conta dessas linhas. Por mais que você esteja trabalhando, ou em qualquer outra situação, sua vida tem que ser colocada em primeiro lugar, então é imprescindível ter equipamento que garanta nossa segurança", afirmou o profissional, que completou alertando que "a antena deveria ser obrigatória para qualquer tipo de moto, justamente porque não sabemos quando isso vai ocorrer, então é sempre um risco".

O entregador Fabrício da Rosa Batista faz uso da antena corta-pipa
O entregador Fabrício da Rosa Batista faz uso da antena corta-pipa |  Foto: Enzo Britto

Linhas cortantes são proibidas

Em vários Estados, como no Rio de Janeiro, as linhas cortantes são proibidas por lei. A Lei Estadual 7784, de 13 de dezembro de 2017, modificada pela Lei 8478 de 18 de julho de 2019, proíbe a fabricação, comercialização, compra, uso, porte e posse da linha chilena no Rio de Janeiro.

De autoria do deputado Marcio Gualberto (PSL), a nova lei vedou a utilização de qualquer elemento ou substância cortante na prática de soltar pipa, além de criar uma multa para quem for flagrado portando ou usando qualquer uma das substâncias.

Em caso de flagrante de compra, uso, porte ou posse dos materiais o infrator pagará multa de R$ 342,11. Sendo o infrator menor de idade, ele e seu representante legal deverão ser notificados para efetuarem a quitação em âmbito administrativo.

O uso de linha chilena, cerol ou outros materiais cortantes para soltar pipas é ilegal e considerado crime. O Código Penal Brasileiro, nos artigos 129, 132 e 278, e o artigo 37 da Lei das Contravenções Penais também consideram crime penal qualquer outro tipo de linha cortante

Como se proteger da linha com cerol

A maneira mais fácil é instalar uma antena corta-pipa, como fazem muitos motociclistas. O artefato custa em média R$ 40. Instalado no guidão da moto, teoricamente, o material corta a linha antes que esta atinja o condutor da moto.

Embora não proteja totalmente, esta proteção garante ao menos uma chance de evitar que o acidente seja fatal. Porém, a antena corta-pipa não serve para todas as motos. No caso das esportivas, por exemplo, não há onde fixar a antena. Outra alternativa são os protetores de pescoço, que evitariam os casos fatais, mas não ferimentos no rosto, braços ou mãos.

Como denunciar

Para denunciar a utilização de linha chilena no Rio de Janeiro, pode utilizar os seguintes canais:

-Ligar para os telefones 0300 253 1177 (custo de ligação local) ou (21) 2253 1177

- Utilizar o aplicativo "Disque Denúncia RJ"

- Acessar o site do Disque Denúncia em www.disquedenuncia.org.br

- Denunciar na página do 'Linha Verde' no Facebook

O 'Linha Verde' é um programa do Disque Denúncia voltado para o meio ambiente. Em todos os canais, o anonimato é garantido ao denunciante.

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