O que deve ficar mais barato com o acordo entre Mercosul-UE
Azeite, vinho, queijos e carros importados devem ser os principais produtos pelo acordo de livre comércio.
"Um ponto crucial a ser considerado é a possibilidade de importar azeite a preços mais baixos, devido à redução das tarifas de entrada do produto no Brasil. Inicialmente, esses produtos chegariam com preços mais acessíveis, o que poderia impulsionar o fluxo comercial entre os dois blocos", observa Menicucci.
O preço do óleo, no entanto, passou por uma alta devido à seca que afeta os principais produtores na Europa, como Espanha e Portugal, o que resultou numa significativa redução das colheitas de azeitonas e, consequentemente, elevou os preços do azeite globalmente nos últimos dois anos.
Produtos originários da União Europeia, por outro lado, poderiam contar com 95% das suas linhas tarifárias livres de taxação, conforme as preferências previstas no capítulo de bens do acordo entre os blocos.
Nesse contexto, a indústria automotiva, especialmente o segmento de carros de alto padrão, seria uma das grandes beneficiadas pelo tratado.
Marcus Vinicius de Freitas, professor da China Foreign Affairs University, ressalta que o setor automotivo pode observar uma maior entrada de modelos importados e de maior valor no mercado brasileiro.
Leia também!
Mercosul e União Europeia anunciam acordo de livre comércio após anos de negociações
Obras do MUVI estão avançando na Trindade
“Carros de alto padrão enfrentam alta tributação. Embora existam montadoras no Brasil, muitos modelos ainda são fabricados no exterior. A mudança ocorrerá de forma gradual, e, embora não seja imediata, é possível que haja uma redução de preços no médio prazo”, explica o professor.
Nesse sentido, o acordo propôs medidas para atender aos agentes envolvidos nos quatro modos de prestação de serviços: comércio transfronteiriço, consumo no exterior, presença comercial e movimentação temporária de pessoas físicas.
"Áreas com mão de obra especializada, como consultorias de diferentes tipos, setores ligados a computação e softwares, e outros campos com alto valor agregado, poderiam ser beneficiadas pelo acordo entre os blocos", esclarece Rochlin.