A tradição continua! Casa com decoração natalina segue encantando moradores do Boa Vista, em São Gonçalo; Vídeo
Mesmo com a mudança dos precursores desta tradição, filha e genro mantem vivo o espírito natalino da casa que há 17 anos leva alegria para as crianças do bairro
Ano após ano, no mês de dezembro, o mundo é invadido pelo espírito natalino, que bate à porta daqueles que definem o Natal como o momento mais aguardado do ano. As árvores cheias de luzes; as lojas decoradas com cores vibrantes e chamativas; o Papai Noel e as renas, além dos presentes que contemplam esta data, fazem com que as pessoas deem um significado especial para o último mês do ano.
No calendário de todas as religiões há um período em que o homem reflete sobre erros e acertos ao longo do ano, além de festejar a vida, praticar o perdão, se livrar de velhas mágoas, e recuperar o significado da generosidade e amor ao próximo.
Entre os cristãos, o Natal, que representa a data do nascimento de Jesus Cristo, também simboliza um momento de reflexão, compaixão e união entre as famílias. E sendo este o sentido do espírito natalino: o amor em ação, nada mais justo do que tornar esta data especial desde o início do mês, através, por exemplo, da decoração das casas, que despertam o encantamento de pessoas de todas as idades e se tornam verdadeiras tradições passadas de geração em geração.
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Tradição de família
Há 17 anos, quem passa pela Avenida Joaquim de Oliveira, mais especificamente pelo número 384, no bairro do Boa Vista, em São Gonçalo, tem a oportunidade de experienciar de perto um pouco da magia do Natal. Desde 2007, Carlos Augusto de Abreu, de 60 anos, e Jane Andrade de Abreu, de 58, casados há 32 anos, fazem questão de decorar todo o exterior da casa, como uma forma de levar alegria para a família e para a vizinhança.
Porém, no início deste ano, o casal se mudou da famosa casa da Avenida Joaquim de Oliveria, deixando a responsabilidade para a filha, Tairine de Abreu Pereira, de 28 anos, e o genro, Mateus Vieira Pereira, 28, que hoje são os novos moradores do local.
"A gente estava morando em Manaus e chegamos aqui no dia 27 de novembro. Temos o Instagram da casa e começamos a receber muitas mensagens do pessoal perguntando como que ia ser, se não teria decoração esse ano, se não teria enfeite. E a gente realmente não sabia se iria conseguir enfeitar a tempo. No início pensei até em não fazer, mas o Mateus se animou, ligou para o meu pai, que se empolgou e deu um monte de ideia. Foi meu pai inclusive que fez o molde da árvore com a soldagem", contou a social media e designer, Tairine Abreu.
Inauguração
A famosa decoração natalina da casa foi inaugurada na última sexta-feira (6), confirmando que, por mais que as luzes e os belos enfeites sejam visualmente agradáveis de se ter na casa, a interação e o encantamento das crianças é o que torna tudo ainda mais especial.
"Muita gente está mandando mensagens nas redes sociais, falando que está linda, que é o encanto da cidade. Uma pessoa até pediu pra que a gente nunca pare com essa iniciativa, porque já somos tradição em São Gonçalo, que trazemos alegria para quem passa pela rua, pelo bairro, pela cidade. Isso é muito legal, ver toda essa expectativa", afirmou o servidor público Mateus Vieira.
Estrutura e materiais
De acordo com o casal, a maior parte dos elementos diferentes, que mais chamaram a atenção de quem passava em frente ao imóvel, foram feitos de forma artesanal pela própria família, e, principalmente, por Carlos Augusto, precursor da decoração natalina. Nos últimos anos, Carlos já chegou a fazer trenó e caixa de correio, e em 2023, resolveu inovar: fez um helicóptero e um balão, ambos a partir da própria criatividade e dedicação.
"Esse ano foi praticamente tudo feito do zero. As únicas coisas que tínhamos eram os bichinhos de neve e o Papai Noel que fica pendurado. Meu pai sempre teve prazer em fazer a decoração, e sempre foi muito criativo. Em um ano ele fez balão, em outro um helicóptero, e tudo sempre com material reciclável que ele pegava da rua, como madeira, galão de lixo, cano pvc. E tudo isso surgiu dos momentos em que ele passava pelas ruas de Niterói e via nos prédios algumas decorações lindas. Ele resolveu fazer na nossa casa, mesmo sem recursos, então fazia por conta própria, com o trabalho manual dele. E sempre deu certo", contou Tairine.
Lembranças da infância
Passando em frente à casa, é possível entender que a magia do Natal não está nas imensas árvores glamourosas ou em presentes caros, mas sim, na possibilidade de acreditar, de encantar e levar alegria ao outro. E esta sempre foi a intenção de Carlos Augusto e Jane, que, desde a infância dos filhos, puderam proporcionar momentos memoráveis de datas comemorativas que se tornaram ainda mais especiais
"Meu pai sempre foi assim, de dar essa importância pro Natal. Meu irmão ajudou meu pai por muitos anos, a decorar, preparar a parte externa da casa. Sempre estivemos envolvidos nas ideias dele. A gente saia final do ano pra ver a árvore da lagoa, as decorações na rua, porque meu pai e minha mãe sempre alimentaram essas tradições na nossa família e faziam com que se tornassem momentos marcantes, especiais, que guardamos até hoje na memória, não só do Natal, como também da Páscoa e outras datas comemorativas", explicou Tairine.
Vandalismo
Apesar do encantamento ser a principal reação da maioria dos que passam pela decoração, há também quem ultrapasse os limites, e, infelizmente, casos de vandalismo já foram registrados pela família. "São poucos casos, porque a maioria respeita muito. Mas já tiveram pessoas que passavam pelo Papai Noel que ficava na rua e beijavam, faziam gestos obscenos, mas meu pai sempre gritava até que eles saíssem", contou a moradora.
Neste ano, até o momento, o casal ainda não viu nenhuma cena de vandalismo, apenas crianças e famílias que ficam fascinadas quando passam pela casa.
Para Tairine e Mateus, dar continuidade à tradição de Natal da família é um prazer, mesmo diante da responsabilidade de manter vivo nos corações, principalmente dos pequenos, o espírito natalino.
"Nossa intenção é dar continuidade à essa tradição sim. Falei para o meu sogro, que nunca vai ficar igual o dele, mas vamos pelo menos fazer alguma coisa para não passar batido, e principalmente pelas crianças, que passam por aqui com os olhos brilhando. Isso nos motiva a continuar", concluiu Mateus.