Processo movido por Ludmilla contra Marcão do Povo, por racismo, sofre reviravolta
Defesa do apresentador recorreu ao STJ para tentar reverter uma condenação de junho de 2023
O processo que a cantora Ludmilla abriu contra o apresentador Marcão do Povo, em 2017, segue longe de terminar. Marcão foi condenado por racismo pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e, em seguida, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). No atual momento, saiu vencedor.
A ministra Daniela Teixeira acabou absolvendo o apresentador da acusação de injúria racial, na semana passada. Ela afirmou que a primeira condenação, em junho de 2023, foi feita com base em um vídeo que teria sofrido alterações.
Segundo Teixeira, houve falha na sentença e era necessário ter acesso à gravação completa para que pudesse haver uma decisão: "É temerosa a aceitação de vídeo editado para sustentar um decreto condenatório em que foi excluída toda a fala do recorrente, havendo ênfase em determinadas expressões sem a devida contextualização”, afirmou ela no texto.
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Os advogados de Ludmilla, através de uma nota oficial, revelaram que irão recorrer ao STJ no início de 2025: "Confiamos que o colegiado reverterá a decisão, julgando a conduta do acusado criminosa e preconceituosa, impedindo, assim, um imenso retrocesso para a luta contra o racismo no País."
Em 2017, enquanto ainda comandava o Balanço Geral DF, da Record, Marcão do Povo foi acusado de injúria racial pela cantora, ao se referir a ela como "pobre e macaca". Na ocasião, ele comentava uma notícia que Lud teria evitado posar para fotos com os fãs.
Ele ainda completou: "É uma coisa que não dá para entender. Era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo. Sempre falo, eu era pobre e macaco também."
O jornalista acabou demitido da Record logo depois. Em seu pedido de desculpas, Marcão do Povo alegou que o termo utilizado por ele seria uma "expressão regional".
No início do ano passado, o apresentador foi inocentado em primeira instância. Em meados de 2023, a decisão foi revertida e o jornalista foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a 1 ano e quatro meses de prisão, além de indenização de R$ 30 mil.