Prefeitura do Rio removeu cartazes de manifestação contra violência, confirma Paes
Prefeito disse ter removido fotos de crianças mortas por não ter sido consultado; homenagem a policiais foi mantida
O prefeito Eduardo Paes (PSD) confirmou que foi a Prefeitura do Rio quem removeu parte de uma manifestação realizada pela ONG Rio de Paz em denúncia à violência no estado do Rio de Janeiro instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo ele, as fotos de crianças mortas por bala perdida foram removidas neste domingo (29) porque o poder municipal não foi consultado sobre a manifestação. A homenagem a policiais mortos no estado, realizada pela mesma ONG no local, foi mantida pela Prefeitura.
A manifestação foi atualizada neste sábado (28), no mesmo local onde a ONG costuma realizar, desde 2025, atos pedindo pelo fim da violência no RJ. A organização só ficou sabendo da remoção através do relato de seguidores e questionou a autoria da remoção nas redes. Mais tarde, a Prefeitura confirmou ter retirado a manifestação do local.
"Qualquer homenagem tem de ter a prévia autorização da Prefeitura mediante a apresentação de um pedido formal. Me preocupa que as pessoas fiquem fazendo homenagens permanentes no espaço público sem a prévia autorização do município. E não é isso que vai esconder nossos problemas e dramas da segurança pública", disse o prefeito Eduardo Paes sobre o caso.
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Ainda segundo a Prefeitura, a gestão ainda estaria avaliando "a pertinência de manter a homenagem aos policiais militares assassinados, que também é justa e necessária, no mesmo local". Nas redes sociais, o perfil da Rio de Paz cobrou maiores explicações sobre a decisão da gestão municipal.
"Esse mural existe desde 2015, é atualizado sempre que acontecem novos casos e nunca a prefeitura interferiu nessa nossa ação. O prefeito Eduardo Paes sabe dessa instalação e inclusive falou sobre ela em nosso documentário 'A Estética da Luta', que está no Globoplay. Por que, agora, 9 anos depois, exigem autorização para instalação? Por que essa exigência somente agora que colocamos as fotos das crianças e não quando eram as placas com seus nomes? E por que somente retiraram das crianças e não também dos PMs? Por que essa seletividade? Por que não nos procuraram ontem quando estávamos no local fazendo o ato que foi amplamente divulgado?", questionou a organização.
A manifestação trazia fotos de crianças mortas por balas perdidas entre os anos de 2020 e 2024 no Rio, junto de uma faixa com a frase “Rio (2020-2024): 49 crianças mortas por balas perdidas”.