Mulher denuncia injúria racial após receber e-mail automático de loja
"Macaca" estava salvo como sobrenome da mulher no cadastro da loja
Na tentativa de realizar uma compra no site da loja Magazine Luiza, uma cozinheira de São Paulo, precisou atualizar seus dados no site e recebeu um e-mail de confirmação, que começava com a frase "Olá, Macaca".
"Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app. No dia seguinte, fui olhar se tinha alguma mudança no status de entrega e olhei meus e-mails, e um me chamou atenção", contou Susan de Souza Sena, 35.
Em todas as mensagens automáticas enviadas pelaloja à cliente, foi usado seu primeiro nome, o que não aconteceu no e-mail de confirmação de cadastro.
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Em nota, a empresa disse que "lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação". A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente, essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores."
Segundo Susan, uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da empresa entrou em contato com ela para pedir desculpa e informou que seu cadastro era de 2011 e que alguém teria registrado o sobrenome dela como "macaca" no e-mail.
"Basicamente, meu sobrenome na Magazine Luiza é macaca, porque alguém colocou e ninguém viu. Meu sentimento é de revolta, angústia, ansiedade e tristeza. A gente mal começou o ano... Eu sou uma mulher de 35 anos. O racismo sempre foi muito presente na minha vida e hoje, com tanto avanço, tanta tecnologia, tanto aprendizado referente ao racismo, a gente vê que não mudou muita coisa", disse a cozinheira.
O Magazine Luiza explica que o cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. "Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo 'apelido' de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro".
O caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial do Itaim Paulista, responsável pela investigação.