Hamas e Israel chegam a acordo por cessar-fogo na Faixa de Gaza
Acordo acontece mais de 15 meses após início dos conflitos, que mataram mais de 45 mil pessoas
O Governo de Israel e o grupo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) chegaram a um acordo para a liberação de reféns e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza nesta quarta-feira (15). Mais de 15 meses após o início dos conflitos bélicos na região, o grupo de origem palestina divulgou que aceitou a proposta que suspende os confrontos a partir do próximo domingo (19), após negociações com mediadores do Catar e do Egito.
“O movimento afirma que respondeu de forma responsável e positiva à proposta, guiado por seu compromisso com nosso povo firme na Faixa de Gaza para deter a agressão sionista e acabar com os massacres e a guerra genocida em andamento à qual estão sendo submetidos”, afirmou o Hamas em um comunicado oficial publicado através da rede Telegram. Em coletiva, o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, confirmou que a medida passou a valer neste fim de semana.
Pouco antes da nota oficial do grupo, o Governo de Israel havia negado a informação do acordo. Após o comunicado do Hamas, no entanto, as autoridades israelenses ainda não se pronunciaram. Até às 15h50 (horário de Brasília) desta quarta (15), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda não havia comentado o acordo.
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Detalhes sobre o cessar-fogo ainda não foram confirmados. Segundo informações publicadas pelo portal CNN, o acordo prevê diferentes fases para liberação de reféns. A primeira delas inclui a libertação de 33 pessoas mantidas reféns pelo Hamas desde outubro de 2023. Em troca, Israel libertaria uma quantidade não divulgada de prisioneiros palestinos e liberaria o acesso ao norte do território de Gaza aos civis da Palestina.
Além disso, também é esperado que as forças militares de ambos os lados do conflito permitam um fluxo maior de equipes de ajuda humanitária através do território. Na imprensa israelense, circula a informação de que o acordo também prevê redução da tensão em territórios próximos que acabaram envolvidos no conflito, como Líbano, Cisjordânia, Síria, Iêmen e Iraque.
Conflitos entre Israel e movimentos palestinos já acontecem na região desde os anos 1940. O atual confronto começou em 7 de outubro de 2023 e deixou mais de 45 mil mortos nos últimos meses, segundo estimativas iniciais.