Carnaval: Samba perde dois ícones
o intérprete Luizinho Andanças e o compositor Zé Glória, com participações em grandes agremiações do país, morreram nesse sábado
O mundo do samba enredo está de luto. No último sábado, foram anunciadas as mortes de dois artistas do gênero que fizeram história em grandes agremiações e que morreram, de causas naturais: o intérprete Luizinho Andanças e o compositor Zé Glória.
Luizinho Andanças - Os amantes do samba e do Carnaval receberam a triste notícia do falecimento de Luizinho Andanças, aos 61 anos, que fez história na Porto da Pedra, além de ter passagens pela Mocidade, Santa Cruz, Inocentes de Belford Roxo e Unidos de Padre Miguel. O cantor lutava contra um AVC. Ainda não foi informado o horário do velório e do sepultamento.
A Porto da Pedra, escola da Série Ouro, publicou um texto sobre o cantor: “É com imensa tristeza que o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra recebe a notícia do falecimento de um de seus ídolos: Luizinho Andanças, intérprete que mais vezes defendeu o 'Tigre' na história da escola. Sua voz seguirá ecoando na memória de todos apaixonados pelo carnaval, e claro, no coração de toda nossa comunidade, com quem Luizinho sempre teve uma relação carinhosa e especial. Desejamos nossas condolências à família, amigos e aos admiradores desse grande artista. Você será eterno, Luizinho! “𝐀𝐫𝐫𝐞𝐩𝐢𝐚, 𝐓𝐢𝐠𝐫𝐞!”
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A Santa Cruz, agremiaçãoda Série Prata, também prestou homenagem ao cantor: “Obrigado Luizinho, por todo trabalho incrível e dedicação ao nosso pavilhão. A direção da Acadêmicos de Santa Cruz, comunica a saída Luizinho Andanças, que desempenhou a função de intérprete. A Santa Cruz é pra quem acredita”.
Zé Glória - José Glória da Silva Filho, conhecido no mundo do samba e do Carnaval como 'Zé Glória', tinha 72 anos e foi autor de diversos sambas-enredo, entre eles, obras na Mocidade Independente de Padre Miguel, inclusive, o do título de 2017.
Além de 2017, Zé Glória integrou a equipe que venceu a disputa interna de sambas na Mocidade em outras três oportunidades: "Do Paraíso de Deus Ao Paraíso da Loucura, Cada Um Sabe o Que Procura", em 2010; "Parábola Dos Divinos Semeadores", em 2011; e "Namastê: a Estrela que habita em mim, saúda a que existe em você!", em 2018.
Ele também tem passagens marcantes na Viradouro (é um dos autores da obra de 2016, o “O Alabê de Jerusalém”), Santa Cruz, Sereno de Campo Grande e outras agremiações. Zé Glória teria sofrido um infarto, embora não tenha sido divulgada oficialmente sua causa mortis.
Mas sua trajetória no mundo do samba começou muito antes, quando José Glória da Silva Filho tinha apenas 15 anos. Após passagens por diferentes blocos, passou a compor para a Sereno de Campo Grande, a primeira escola de sua trajetória como compositor. E onde também foi presidente. Logo depois, chegou à Mocidade.
Nas redes sociais, a escola enalteceu o compositor: "Daqui, fica nossa solidariedade e carinho aos familiares e amigos, bem como o compromisso que sua memória será sempre preservada. Uma jornada bonita, vitoriosa e que engrandece demais a minha história. Por isso, fica nossa gratidão eterna. Obrigado por tudo, Zé".
Zé Glória era uma pessoa de hábitos simples que começou a vida trabalhando como operários em empresas de indústria naval. Com o passar dos anos, seu bom bom tino administrativo e financeiro o levaram a criar suas próprias empresas, com filiais em Campos, Rio de Janeiro e Bahia. Também foi prósprero empresário da área de transportes em caminhões.