Desemprego atinge menor média da história e cai para 6,6% em 2024, aponta IBGE
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua foi divulgada hoje (31) pelo IBGE
Desde o início da série histórica, em 2012, o Brasil nunca havia registrado uma taxa média de desemprego tão baixa. Em 2024, o percentual anual foi de 6,6%, conforme indicado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE.
No trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desocupados foi de 6,2%. A média de pessoas sem trabalho em 2024 foi de 7,4 milhões, representando uma queda de 13,2% em comparação ao ano anterior, quando eram 8,5 milhões.
Seguindo padrões internacionais, o IBGE considera desocupadas aquelas pessoas que não possuem emprego, mas estão buscando ativamente uma oportunidade. Aqueles que não estão à procura de trabalho são classificados em outra categoria, denominada “pessoas fora da força de trabalho”, que vem diminuindo desde a pandemia de Covid-19.
Emprego em crescimento
O Brasil também atingiu um recorde histórico no número de pessoas com ocupação em 2024: mais de 103,3 milhões, na média anual, um crescimento de 2,6% em relação a 2023 (100,7 milhões).
Esse total equivale a 58,6% da população com 14 anos ou mais – conhecido como “nível de ocupação” – um aumento de 1,0 ponto percentual em relação ao ano anterior (57,6%). Esse foi o maior índice da série histórica, superando o recorde de 2013 (58,3%). O levantamento engloba trabalhadores formais e informais, incluindo empregados no setor privado, servidores públicos, empreendedores e autônomos. Confira alguns dados abaixo:
Empregados com carteira assinada: 38,7 milhões (+2,7%)
Empregados sem carteira assinada: 14,2 milhões (+6%)
Trabalhadores autônomos: 26 milhões (+1,9%)
Trabalhadores domésticos: 6 milhões (-1,5%)
Os trabalhadores informais totalizaram 40,3 milhões em 2024, correspondendo a 39% do total de pessoas com ocupação. No ano anterior, essa taxa era de 39,2%. Somando empregados e desempregados, a população economicamente ativa do Brasil foi estimada em 110,7 milhões em 2024, contra 109,1 milhões em 2023.
Grupo fora da força de trabalho
Em 2024, cerca de 65,6 milhões de brasileiros estavam fora da força de trabalho. Esse grupo inclui pessoas sem ocupação que não estão em busca de trabalho ou não estão disponíveis para atuar profissionalmente.
Entre esses indivíduos estão aposentados, estudantes, donas de casa sem interesse ou possibilidade de trabalhar, além dos chamados desalentados. Os desalentados são aqueles que gostariam de estar empregados, mas desistiram de procurar por falta de oportunidade ou qualificação. Em 2024, esse grupo somou 3,3 milhões de pessoas, uma redução em relação a 2023 (3,7 milhões). O maior registro ocorreu em 2021 (5,6 milhões) e o menor, em 2014 (1,6 milhão).
A parcela da população fora da força de trabalho caiu nos últimos quatro anos e, em 2024, representou 37,2% das pessoas em idade ativa (14 anos ou mais). Indivíduos que recebem auxílio do Bolsa Família ou de outros programas de transferência de renda podem integrar qualquer um dos grupos do levantamento. Se possuírem trabalho informal, são contabilizados como ocupados.
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Força de trabalho subutilizada
O IBGE também mensura a “taxa de subutilização”, que representa a parcela da força de trabalho não aproveitada no país. Esse grupo inclui pessoas que poderiam estar empregadas, mas não trabalham ou atuam menos horas do que gostariam.
Em 2024, cerca de 19 milhões de brasileiros estavam nessa situação, uma queda de 8,9% em relação a 2023. Apesar da redução, esse contingente ainda está 15,4% acima do menor nível da série, registrado em 2014 (16,5 milhões).
Esse grupo corresponde a 16,2% da chamada força de trabalho ampliada, que engloba os ocupados, desocupados e aqueles que não procuram emprego, mas estão aptos a trabalhar. Assim, a taxa de subutilização recuou 1,8 ponto percentual em relação a 2023, quando estava em 18%.
Os trabalhadores ocupados tiveram um rendimento médio mensal de R$ 3.225 ao longo de 2024, considerando todas as atividades exercidas na semana de referência da pesquisa. Esse valor, chamado de rendimento médio real habitual, foi 3,7% maior do que o de 2023. Desde 2012, o crescimento acumulado desse rendimento foi de 10,1%.
Já a massa de rendimentos, que representa o total recebido por todos os trabalhadores, atingiu R$ 328,6 bilhões, o maior número da série, com um aumento de 6,5% em relação a 2023, o que significa um acréscimo de R$ 20,1 bilhões na economia.