Bares e restaurantes criam 230 mil vagas em 2024 e atingem recorde de empregos
Com crescimento de 4,2%, setor supera média nacional e registra maior número de trabalhadores em toda a série histórica
O setor de alimentação fora do lar segue como um dos principais motores do mercado de trabalho no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE, os bares e restaurantes criaram 230 mil novas vagas de emprego em 2024, registrando um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior — desempenho muito superior à média nacional, que ficou em 0,8%.
Com essa expansão, o total de pessoas empregadas no setor alcançou 5,74 milhões, o maior número já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2016. O levantamento considera os dados da categoria Alojamento e Alimentação, na qual bares e restaurantes respondem por cerca de 85% das vagas de trabalho.
O impacto desses números vai além do próprio setor. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), realizado em parceria com a Abrasel, revela que, para cada 1 mil empregos diretamente gerados em bares e restaurantes, surgem 2.250 empregos adicionais em outros setores da economia, ampliando significativamente os efeitos positivos dessa expansão no mercado de trabalho.
“Somos um dos segmentos que mais empregam no Brasil. Os dados comprovam que seguimos gerando oportunidades, mesmo diante de desafios que pressionam a rentabilidade dos negócios, como a alta nos custos de insumos e o acúmulo de dívidas. No entanto, para que consigamos continuar gerando empregos, é fundamental que sejam discutidos o fortalecimento do trabalho intermitente e a desoneração da folha de pagamento, duas medidas capazes de assegurar esse crescimento”, destaca Solmucci.
Salários também registram número recorde
Além da forte geração de empregos, os bares e restaurantes também registraram um avanço significativo na remuneração dos trabalhadores. O salário médio alcançou R$ 2.190, o maior já registrado, representando um crescimento de 5,8% em um ano. Para Solmucci, esse resultado reflete um compromisso com a valorização da mão de obra e a busca por um serviço de excelência.
“O aumento na remuneração é um reflexo direto do investimento dos empresários na atração dos profissionais e no aprimoramento do atendimento. A tendência é que, com a continuidade do crescimento dos negócios, mais oportunidades de emprego sejam geradas. A qualificação dos profissionais no setor vem aumentando, com criação de vagas em funções que não eram tão comuns, como as ligadas ao ambiente digital”, conclui.