Justiça determina suspensão de greve de professores em Niterói; Sepe fará nova assembleia
Prefeitura diz que Sindicato não buscou diálogo; já Sepe afirma que Governo não demonstrou “disposição de negociações reais”
![Categoria tem assembleia agendada para esta quarta (12)](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/150000/1200x720/Justica-determina-suspensao-de-greve-de-professore0015284600202502111617-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F150000%2FJustica-determina-suspensao-de-greve-de-professore0015284600202502111617.jpg%3Fxid%3D660222%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739301474&xid=660222)
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) determinou a interrupção imediata da greve de profissionais da Educação em Niterói, iniciada nesta segunda (10). Após uma ação da Prefeitura de Niterói contra a paralisação do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de Niterói (Sepe-Niterói), o Órgão Especial do TJ considerou a greve de professores um “exercício abusivo do direito de greve” e pediu o retorno imediato dos docentes. O Sindicato afirma não ter sido devidamente notificado sobre a decisão e que os rumos da greve serão decididos em na Assembleia da categoria marcada para esta quarta (12).
A determinação judicial estabelece uma multa de R$ 500 mil/dia ao Sepe e R$ 5 mil/dia aos seus diretores em caso de descumprimentos. No documento, o desembargador Ricardo Couto, que assina a decisão, afirma que a greve foi deflagrada “sem notificação prévia dos usuários dos serviços” e “sem negociação prévia”, o que a torna ilegal. O desembargador afirma, ainda, que a falta de um prazo determinado e a forma como a como a paralisação foi conduzida estaria indo contra “o direito essencial à educação” previsto por Lei.
Em resposta, o Sepe-Niterói afirmou que a greve “foi informada ao Governo e à população com a devida antecedência”, conforme noticiado por O São Gonçalo. O Sindicato alega não ter existido “disposição de negociações reais do Governo, com a categoria, antes da greve e até o momento” e acionou o Departamento Jurídico para tomar as medidas cabíveis acerca da decisão.
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Segundo os professores da rede municipal, a principal motivação para a greve foi um pacote de medidas para a educação anunciado pela Prefeitura em janeiro. O pacote inclui mudanças, principalmente, na educação infantil e na educação de jovens e adultos (EJA), além do ensino bilíngue para alunos surdos.
Uma das medidas criticadas é o fim do modelo de bidocência - que garante a presença de dois professores por classe de tempo integral - nas turmas com crianças de 4 e 5 anos de idade. Com a mudança, apenas um docente fica responsável por cada turma de 08h às 17h. Além disso, o pacote também prevê o aumento no número de alunos em turmas de 1 e 2 anos de idade, que passam a contar com até 20 crianças por sala.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação disse que “estranha que a direção do sindicato, controlada por um partido extremista com o PSTU, tenha convocado uma greve através de uma assembleia virtual com 200 pessoas em uma categoria de mais de 5 mil profissionais de Educação sem qualquer busca de diálogo”. A Prefeitura afirma que o único objetivo da paralisação “é fazer luta política e ideológica”.
Já o Sepe afirma que as alegações de objetivo ideológico “são todas falsas e mentirosas” e que o pacote de medidas prejudica a qualidade do ensino no município e as condições de trabalho dos profissionais da rede. “Seguimos na luta em defesa da educação pública. Fazer greve não é crime. Crime é atacar o direito à educação de crianças, jovens e adultos, em especial numa cidade com orçamento bilionário”, afirma o Sindicato.