Protesto de mães de vítimas de violência policial marca júri popular em Niterói
A 1ª audiência do júri popular de um dos policiais acusados pela morte de Ian da Silva Dias, jovem de 21 anos baleado no Centro de Niterói em junho de 2018, acontece nesta terça-feira (18)
![Débora Luanda da Silva Dias pede justiça pelo filho Ian, morto por um policial militar em 2018](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/150000/1200x720/Protesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181232-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F150000%2FProtesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181232.jpg%3Fxid%3D661397%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739892808&xid=661397)
Está marcada para o início da tarde desta terça-feira (18) a manifestação de um grupo de mães de jovens vítimas de violência policial, em frente ao Fórum Desembargador Enéas Marzano, no Centro de Niterói. A manifestação acontece devido ao júri popular de um policiais militares acusados pela morte de Ian da Silva Dias, jovem de 21 anos baleado no Centro de Niterói em junho de 2018.
A 1ª audiência do júri estava marcada para acontecer no dia 12 de dezembro do ano passado, mas a defesa do acusado decidiu não realizar a sessão. Na época, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decretou a prisão preventiva do PM acusado.
![O júri popular do PM acusado pela morte de Ian da Silva Dias, de 21 anos, será realizado nesta terça-feira (18)](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/inline/150000/0x484/Protesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181012.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2Finline%2F150000%2FProtesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181012.jpg%3Fxid%3D661399&xid=661399)
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Remarcada para esta terça-feira (18), a sessão acontece às 13h, com a presença de familiares do Movimento de Mães e Familiares Vítimas de Violência Letal do Estado. O ato pedindo pelo fim da truculência policial e da letalidade em ações de Segurança Pública no Rio está marcado para as 12h.
"Nosso objetivo é lutar por justiça pelas mortes cometidas pelos agentes do Estado, que quando vão a julgamento ou são absolvidos ou o inquérito nem chega a se tornar um processo ou são condenados a homicídio culposo [sem intenção de matar]. Nos manifestamos também para mostrar nossa indignação contra essa política de Estado onde dependendo do seu CEP e cor de pele, a polícia atua de maneiras diferentes. Por isso não aceitaremos a Segurança Pública agir de determinada maneira nas comunidades e ter outra abordagem na Zona Sul. São sempre os mesmos corpos que são mortos! Jovens e crianças pretas periféricas! Derramam nosso sangue por tempo demais, mas agora não nos calaremos mais", declarou Débora Luanda da Silva Dias, 52 anos, mãe do jovem Ian da Silva Dias.
![Protesto de mães de vítimas de violência policial marca júri popular em Niterói](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/GALLERYINLINEIMAGE/150000/0x600/Protesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181232.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FGALLERYINLINEIMAGE%2F150000%2FProtesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305300202502181232.jpg%3Fxid%3D661403%26resize%3D0%252C600%26t%3D1739892808&xid=661403)
![Protesto de mães de vítimas de violência policial marca júri popular em Niterói](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/GALLERYINLINEIMAGE/150000/0x600/Protesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305301202502181232.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FGALLERYINLINEIMAGE%2F150000%2FProtesto-de-maes-de-vitimas-de-violencia-policial-0015305301202502181232.webp%3Fxid%3D661404%26resize%3D0%252C600%26t%3D1739892808&xid=661404)
Moradora do Fonseca, em Niterói, e estudante do terceiro período do curso de direito, Débora Luanda se tornou ativista em Direitos Humanos e resolveu ingressar na universidade com intuito de entender a Justiça brasileira.
"São seis anos e sete meses de muita saudade, onde o Estado me negou o direito de sofrer pelo meu filho. Ou eu lutava para provar que meu filho foi executado pelo Estado ou a versão do Estado iria prevalecer. Esse julgamento de hoje infelizmente será apenas mais uma etapa, independente do resultado, porque o ordenamento jurídico brasileiro cabe uma série de recursos. E isso é uma tortura, saber que um assassino pode sair impune porque a lei assim permite", afirmou a mãe do jovem Ian.
"Eu não teria conseguido suportar todas esses anos de angústia e dor sem o apoio das companheiras de luta. Infelizmente somos muitas e nos apoiamos umas às outras. Fiz ENEM e iniciei o curso de direito para entender a justiça, e acabei descobrindo que o Código Penal Brasileiro foi feito para quem tem dinheiro, para os culpados saírem impunes, e para botar preto alforriado na prisão", disse Débora Luanda.