Comoção e homenagens marcam despedida de Léo do Grau em São Gonçalo; “conhecido como ‘lenda'"
Influenciador sofreu queda de moto na Trindade; corpo foi sepultado na tarde desta terça (17), no Pacheco

O ronco do escapamento das motocicletas ditou o tom da despedida de Leonardo Gonçalves, o Léo do Grau, figura conhecida no cenário underground de São Gonçalo, que foi sepultado na tarde desta terça-feira (18). Centenas de amigos e familiares se reuniram no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, para prestar as últimas homenagens ao motociclista e influenciador digital, de 45 anos, que sofreu um acidente de trânsito na Trindade na noite desta segunda (17).
O velório foi marcado pelas homenagens; amigos soltaram rojões antes do enterro e uma caravana de motocicletas e carros rebaixados desfilou pelo cemitério antes do sepultamento. Alguns dos amigos vestiram uma camiseta com uma foto de Léo e frase “Bom dia com Jesus” - uma espécie de bordão que o influenciador costumava usar. Também conhecido como "Léo Maconha" e "Léo 01 do Grau", Leonardo acumulava mais de 100 mil seguidores nas redes e, segundo amigos, era conhecido há anos no município pelas manobras com motocicleta.

“Há uns vinte e tantos anos atrás, ele era bem conhecido em São Gonçalo pelos ‘pegas’. Nisso ele foi fazendo a fama dele na época; sempre estava nos rolês com a galera na saída do Caneco 90, da Hollywood. Era a época da Arena Radical. Eram outros tempo; o que ele e a gente sempre quis naquela época era ter um espaço legalizado para fazer as manobras de forma legalizada. Aí o Léo se afastou por muitos anos e retornou recentemente, já com essa parada das redes sociais”, conta Rony Gomes, de 45 anos, amigo de Léo.

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O motociclista passou 12 anos afastado das manobras esportivas com motocicleta e retornou ao “grau” no final do ano passado, quando começou a produzir vídeos para as redes sociais. Ele também era interessado pelo universo do automobilismo e dos carros antigos, através do qual conheceu o amigo Alécio Rangel, de 51 anos. “Ele era uma pessoa muito carinhosa, tinha um coração enorme. E promovendo essa cultura do automobilismo, ele acabou pegando tanto a galera ‘da antiga’ como os mais novos, uniu gerações”, destaca Alécio.

Esses diferentes públicos se reuniram no velório. Entre os presentes na homenagem estavam desde amigos de longa data a conhecidos que começaram a se interessar pelo universo do automobilismo. A família do amigo Lauro Vitor, de 44 anos, é um bom exemplo: a amizade que ele e a esposa Dircilene Pires, de 41, tinham com Léo acabou “herdada” pelo filho deles, Vitor Hugo Pires, de 19, que também é apaixonado por motos.

“É até curioso que o cara que foi nosso amigo e aí, passou anos, ele se tornou melhor amigo do meu filho. A gente passou muitos anos sem se ver, por conta das correrias da vida mesmo, mas recentemente os meninos começaram a andar com ele e acabou nos unindo”, destaca Dircilene. Léo esteve com a família horas antes do acidente que acabou terminando na morte do influenciador.
Leonardo sofreu uma queda de moto na Avenida Humberto Soeiro de Carvalho, por volta das 23h20, na noite desta segunda (17). Corpo de Bombeiros e Samu foram acionados, mas ele acabou falecendo no local. “A própria galera do Samu chorou lá na hora. Era um cara querido por muita gente, um cara muito bom mesmo”, conta Lauro.
A prima do influenciador, Consuelo Grotera, de 58 anos, destacou a gratidão da família pelo carinho dos colegas. “Ele era muito querido. Quanta gente veio se despedir do Léo. Ele tinha um coração muito bom. A gente sempre sentia muito medo a cada manobra que ele fazia. E é triste, porque ele perdeu o pai há oito meses. Mas, agora, ficam muitas lembranças; vamos guardar para sempre as loucuras do Léo”, disse.

Bastante comovidos pela perda, familiares mais próximos de Léo, como o irmão e a esposa, preferiram não comentar sobre a despedida no sepultamento. Mais cedo, no IML, a esposa do motociclista, Paula Peçanha, comentou a memória deixada pelo companheiro, com quem estava casada há 9 anos.
“Ninguém via ele triste, era presente na vida dos amigos, era alegre, vibrante, e mesmo sendo uma atividade arriscada, de adrenalina, era o que ele amava fazer. E além disso, ele foi pioneiro dessas atividades, é conhecido como ‘lenda’ em todo o Rio de Janeiro”, contou Paula. Além dela, o motociclista deixa um filho de 7 anos, Isaac.






