Páscoa: Comércio de Niterói prevê alta de 4,5% nas vendas deste ano
Setores como chocolates, decoração e entretenimento se destacam nas previsões de crescimento para a Páscoa de 2025

Apesar do aumento no preço do cacau, o comércio de Niterói está com altas expectativas de vendas para a Páscoa de 2025. De acordo com o Presidente da CDL Niterói, Luiz Vieira, o aumento de 4,5% não só abrange a venda de chocolates, mas também os setores de decoração, pelúcias e até mesmo entretenimento.
“A venda de chocolate e ovos de páscoa não estão sendo impactadas em Niterói, apesar do aumento do preço do cacau. De uma forma ou de outra, é importante que a economia seja acionada e o consumo efetivado, e, no fim das contas, ninguém ficará sem o seu chocolate e com certeza essa será uma das melhores Páscoa dos últimos anos”, reforça Luiz Vieira.
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Os comerciantes e, principalmente, microempreendedores, buscam soluções para contornar o aumento nos custos, garantindo uma Páscoa repleta de tradições sem impacto no bolso. Segundo Vieira, este cenário fez com que os produtores de chocolate busquem alternativas para mitigar custos. Algumas estratégias incluem a redução de tamanho dos produtos que utilizam chocolate, e a inovação com produtos mais acessíveis, como forma de equilíbrio da necessidade e permanência na competitividade do mercado.
Em busca do cacau...
Os especialistas já afirmaram que a Páscoa de 2025 pode ter um gosto amargo devido a alta de 180% nos preços do cacau em 2024, mas as vendas seguem em alta deste o pós-carnaval.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), foram produzidos 45 milhões de ovos para a Páscoa em 2025, contra 58 milhões em 2024, o que representa uma queda de 22%.
Para o administrador de empresas e ambientalista, Jorge Carvalho, a alta dos preços do cacau resulta de um leque de fatores climáticos e comerciais. Ele explica que sucessivas quebras de safra principalmente de países africanos são responsáveis por 70% da produção mundial pinçaram os preços para cima. Secas severas, (o cacaueiro precisa de clima tropical úmido) que diminuem a quantidade e a qualidade dos frutos, alternados por chuvas torrenciais que aumentam as incidências o teor de cacau nos ovos e barras, assim como o peso do produto ‘mantendo’ o tamanho. Podemos tomar como exemplo a barra de chocolate que há anos tinha 200 gramas, hoje a mesma barra tem 70, com as semelhanças da embalagem antiga”, explicou o ambientalista.
Empreendedoras comemoram a data
Há quem tenha criatividade para saborear os lucros da Páscoa. Não importa se é pequena ou grande empresa, tem sempre alguém que quer aproveitar para dar aquela lembrancinha de chocolate e com isso dar aquele UP na lucratividade do negócio pelo volume alcançado. Para a empresária Denise Correa, chef do restaurante Alecrim, especializado em comida saudável, a inovação foi com a venda de bolos de chocolates com calda e sem açúcares. “Difícil imaginar sobremesa sem pensar em doce, mas sim. Conseguimos ter uma massa feita com farinha de amêndoas, cacau 60%, maçã, tâmaras e tudo sem lactose garantindo a dieta ou a rotina saudável dos nossos clientes”, comentou a chef que não entregou os itens da receita autoral, mas que já garante grande parte das encomendas do restaurante.
Já para a Chef Adriana Rodrigues, dona do AR Buffet e Eventos, a aposta é nas encomendas das tortas. “Tem sempre aquela dona de casa que gosta de surpreender no almoço de Páscoa e nos pede as famosas tortas de chocolate e os brownies. Anunciamos com antecedência e já garantimos até hoje um aumento de 50% na receita, na comparação com o ano passado”, disse.
Em São Gonçalo, a Chef e confeiteira Maria Aparecida Ramalho, da Delícias da Preta aproveita a data para investir nos brindes corporativos que vão desde as caixinhas com trio de ovos de páscoa decorados, bolos de potes com a temática e outros criativos que saem bastante quando o objetivo é presentear diferente grupos. “Eu me preparo com as compras de embalagens, vidros diferenciados, testo as receitas novas, fotografo para a preparação de um catálogo e divulgo. A iniciativa que começou há 3 anos deu certo e hoje já atendemos a um número enorme de empresas, que compram para os colaboradores”, disse.