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Cliente denuncia golpe do empréstimo dentro de agência bancária em São Gonçalo

A vítima acreditou que estava realizando a contratação de um cartão e em nenhum momento foi citado o pedido de empréstimo, que se estende até o ano de 2027

relogio min de leitura | Escrito por Cristine Oliveira | 01 de abril de 2025 - 11:13
Empréstimo de R$ 21 mil não foi autorizado pela cliente
Empréstimo de R$ 21 mil não foi autorizado pela cliente -

Tânia Maria Castelão, de 64 anos, entrou na agência do Banco Itaú, em Neves, São Gonçalo, em setembro do ano passado, acreditando que estava apenas melhorando as condições de sua conta bancária. O que ela não imaginava era que sairia dali com um empréstimo de R$ 21 mil em seu nome sem sua autorização. O que parecia um simples atendimento bancário se transformou em uma situação angustiante que a fez procurar a Justiça.

Tudo começou quando Tânia foi até a agência bancária para resgatar um PIC (Título de Capitalização). Durante o atendimento, um dos funcionários, que iremos identificar como M, elogiou seu histórico bancário e sugeriu que ela solicitasse um cartão de crédito que oferecia vantagens como acúmulo de milhas.


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"Ele me falou que eu tinha um bom relacionamento bancário, que eu era assim, uma cliente que não devia, não pagava nada atrasado. [...] Ele falou: 'A senhora não tem cartão que te dê direito a milha?'. O meu cartão não me dá nada", contou a vítima.

Interessada, ela aceitou a proposta, desde que não houvesse custos adicionais. No entanto, segundo Tânia, M disse que, para obter o cartão, seria necessário "turbinar" sua conta bancária e perguntou se ela possuía seguro residencial.

"Ele perguntou se eu tinha seguro residencial. Eu falei que tinha seguro residencial obrigatório, porque a minha casa é financiada [...]. Então ele disse que se fizesse um seguro residencial com eles iria melhorar as condições para pedir o tal cartão, então aceitei", relatou.

Foi então que M informou que ainda seria necessário um depósito de R$ 21 mil em sua conta, alegando que o valor deveria permanecer intocado por 30 dias antes de ser devolvido ao banco, sem custos. Sem saber que se tratava de um empréstimo, Tânia confiou na orientação do funcionário.

A desconfiança surgiu uma semana depois, quando ela contou o ocorrido à filha, que imediatamente suspeitou da transação e sugeriu que retirassem o dinheiro.

"Passou uma semana, eu conversando com a minha filha, ela disse que tinha coisa errada e falou para eu ir lá pedir para eles tirarem o dinheiro. Eu liguei para ele (o funcionário identificado como M), e falei que queria tirar o dinheiro naquele dia, mas ele pediu para esperar mais um pouco porque já ia fazer um mês e que ele iria tirar o dinheiro automaticamente sem eu pagar nada", relatou a vítima.

Preocupadas, mãe e filha foram pessoalmente até a agência e, lá, foram atendidas por outro funcionário, L, pois M havia sido transferido. O valor foi então retirado da conta, mas dias depois, Tânia percebeu um desconto de R$ 54,00, o que não havia sido informado. Ao questionar L, ele alegou que sua conta estava com problemas e pediu que ela fosse novamente à agência.

"Eu liguei para o L, que me disse que estava tendo um problema na minha conta e que eu deveria ir lá. Eu perguntei por que tinha que ir lá, era só ele me ressarcir os R$ 54,00, mas ele insistiu", contou.

No terceiro atendimento, um gerente de atendimento revelou que havia um empréstimo no nome de Tânia, com previsão de pagamento até 2027. Segundo ela, ao virar a tela do computador para sua filha, ficou claro que os R$ 21 mil haviam sido usados para quitar parcelas de um empréstimo que ela não havia autorizado.

"Esse gerente disse que o que contei não era o que estava acontecendo na minha conta. Ele não quis falar, mas virou o computador para a minha filha, foi nisso que eu vi, que eles tinham feito um empréstimo de R$ 21 mil. No dia que eu fui lá devolver o dinheiro, ele quitou várias parcelas, o quanto os R$ 21 mil deu, ele foi quitado, só que quando chegou em 2027 o dinheiro não cobriu, ele quitou 2024, 2025 e 2026", disse Tânia.

Ao retornar à agência, Tânia percebeu uma mudança no tratamento. Desta vez, foi atendida pela gerente geral, que assegurou que o empréstimo seria retirado de sua conta. No entanto, passados mais de dois meses, o débito ainda está ativo e os juros continuam a ser cobrados.

"Eu voltei lá (no banco) e apareceu a gerente geral, aí começaram a me tratar de outro jeito, pedindo para eu ficar tranquila que o empréstimo iria sair da minha conta e eu disse que eles estavam falando isso há mais de dois meses e o empréstimo continuava lá e correndo juros para começar a pagar em 2027 e que eu não vou pagar isso, porque isso está errado", relatou a vítima.

Procurado, o Banco Itaú informou que, “O Itaú Unibanco tem a qualidade do atendimento e a satisfação dos clientes com os produtos e serviços oferecidos como prioridades, e investe continuamente em tecnologias e segurança para o fortalecimento de sistemas, aplicativos e sigilo de informações, além de seguir com rigor todas as diretrizes dos órgãos reguladores. Sobre o caso em questão, o banco informa que já está em contato com a cliente para a resolução do caso, e esclarece que o colaborador envolvido não faz mais parte do quadro de funcionários”.

*Sob supervisão de Cyntia Fonseca

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