Depois do R$ 1,99 e o boom das lojas 'Tudo por R$ 20', consumidores ficam no 'limbo'
Para muitos consumidores, preços não condizem com o real valor dos produtos

Conhecido por ser um período morno para vendas, por não conter nenhuma data prioritária do varejo, o começo de 2025 teve projeções pouco animadoras, com previsão de queda de 0,29% para o varejo restrito. Entre os segmentos do varejo restrito estão os artigos para casa e eletrodomésticos. Muitos desses produtos são encontrados atualmente nos estabelecimentos conhecidos como "lojas de tudo por 20", que surgiram, recentemente como uma alternativa às lojas "tudo por R$ 1,99", populares na década de 1990.
Mas, após o 'boom', o cenário atual tem mostrado que a procura de consumidores por este tipo de loja, com preços fixos e acessíveis, tem sido cada vez menor. Isso porque, segundo relatos de populares, alguns produtos não estão valendo nem mesmo os R$ 20.
A chegada deste tipo de loja ao comércio nacional aconteceu como uma "sacada" para tentar driblar alguns fatores como inflação e a necessidade de ajustar os preços para manter a competitividade.
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Mesmo que tenha se instalado como um fenômeno popular, gerando grande afluência de clientes que se dirigiam para estes locais, a realidade agora mostra que os consumidores passaram a avaliar o real valor de um determinado produto, fazendo com que as buscas pelo melhor preço continuem em alta, assim como o desejo de "pechinchar" em estabelecimentos que permitam este tipo de ação.
"A gente não tem visto muito movimento nesse tipo de loja, parece que aquela empolgação inicial passou. Hoje estávamos andando aqui por perto e resolvemos entrar pra ver os produtos, e realmente tem coisa que vale a pena os vinte reais, mas muitas outras não, então fica esse conflito né, de ver o que está valendo, pesquisar, comparar preços", afirmou o casal Luciano e Daniele, que estiveram em uma loja "tudo por 20" em Niterói na manhã desta terça-feira (29).
Para outra consumidora, Jane Lúcia, a chegada dessas lojas despertou o sentimento de "economia", mas, com o passar do tempo, acabou se tornando "mais do mesmo".
"Na minha opinião, no começo, quando essas lojas começaram, era bem melhor, agora, mesmo ainda mantendo a variedade de opções, nem sempre vale a pena. Tem algumas coisas, tipo esse conjunto de calcinha e sutiã, que achei legal, preço bom, mas é aquilo, tem que sair pesquisando, olhando tudo, porque não é sempre que você encontra uma coisa legal. Na época do 1,99 que era bom, tudo baratinho, muita coisa de qualidade", afirmou a niteroiense.

Diante deste cenário, algumas lojas "tudo por 20" tem adotado alternativas para atrair os consumidores, como colocar promoções de produtos pelo valor de R$10 e até mesmo R$ 6,50.
Como as demais lojas de departamento do país, a movimentação varia ao longo do ano. Em épocas de festas comemorativas, a procura, geralmente, é maior, enquanto em outras épocas, é comum encontrar lojas como "tudo por 20" praticamente vazias.






De acordo com os dados de alguns estudos, 95% dos líderes empresariais acreditam que o próximo diferencial competitivo é a experiência do cliente. Reportagem do Wall Street Journal mostrou que a experiência do cliente é o principal diferencial competitivo na era digital. Ou seja, é notória a necessidade de mergulhar nos dados e nas motivações dos clientes para entender no que ele acredita, como eles se sentem sobre o mundo, o que significa sucesso para eles, o que temem, o que os desaponta, orgulha e o que aspiram.
Sendo assim, é imprescindível olhar para a importância dos vários fatores que influenciam e condicionam seu comportamento e, por extensão, como ajustar produtos a essas expectativas.