Ladeira da morte em Niterói
Moradores do Morro da Penha, na Ponta da Areia, denunciam risco em via de saída da comunidade
A rua da morte. É assim que moradores do Morro da Penha, em Ponta D’areia, Niterói, consideram a Ladeira Maria das Dores. Com um relevo íngrime e uma curva fechada, a via foi palco de dois acidentes, um deles fatal, só nesta semana. Eles reivindicam, desde 2006, a ampliação da pista e nunca foram atendidos.
Na segunda-feira, o mototaxista Marcos Alves da Conceição, 45, morreu ao despencar na ribanceira que cerca a rua. Um dia depois, um homem ficou ferido depois do freio de seu carro falhar e também cair na ribanceira.
Colega de trabalho de Marcos, João Vitor da Cruz, 33, lamentou a morte do amigo e cobrou solução do problema. “Quantas vidas teremos que perder até que façam alguma coisa? Morreu um trabalhador, pai de família e parece que ninguém se importa. Tem que alargar a pista, só uma proteção não adianta”, desabafou.
A luta dos moradores para conseguir mais segurança para a rua já tem 10 anos. Em 2006, a Associação dos Moradores mandou o primeiro ofício para a prefeitura. “Desde 2006 estamos pedindo ajuda. O risco aqui é diário. Não pode continuar assim”, disse o ex-presidente da Associação Adriano Boinha, 44. A dona de casa Solange Pereira, 58, teve seus dois filhos acidentados no mesmo local. “Meus dois filhos já tiveram problemas aqui. Colocamos uma proteção com pneus, mas não deu certo. O que resolveria é um alargamento da pista. Só assim terá uma área maior de escape”, afirmou.
A Prefeitura de Niterói informou, por meio de sua assessoria, que está ciente das demandas dos moradores e já deu início a processo de licitação para a contratação de uma empresa especializada em “guard-rails”, equipamentos de proteção que suportam choques de veículos em alta velocidade. O processo de instalação do equipamento deve ser finalizado em até 15 dias.