Cantora gonçalense apresenta ópera no Rio de Janeiro
Concerto será no Teatro Dulcina

Por Rennan Rebello
“Tenho vontade de cantar pelo mundo, em ser um instrumento da arte, pois é a música que nos escolhe”. A frase é da professora de canto, Alessandra Quintes, de 25 anos, nascida em São Gonçalo mas radicada em Niterói, que retrata a sua jornada para conquistar um “lugar ao sol” no mundo da ópera.
Atualmente, ela faz parte da adaptação do gênero italiano Il Matrimonio Segreto (O Matrimônico Secreto) de Domenico Cimarosa, que faz parte do projeto “Ópera na Unirio”. com direção geral da professora Carol McDavit e que estará em cartaz neste sábado (22), às 18h, e domingo (23), às 16h, no Teatro Dulcina, Centro do Rio, a preço popular de R$10.
“A ópera fala de amor, perseverança e ascensão social de uma forma super divertida. A minha personagem é a Carolina, uma jovem de 15 anos que está apaixonada por um funcionário de seu pai Geronimo, mas para casar precisa que sua irmã mais velha se case primeiro. Ela é sonhadora, doce e muito inteligente e está à frente de seu tempo”, disse Alessandra que é licenciada em Música pela UFRJ e cursa bacharelado de Canto Lírico na Unirio.
Ações locais para ‘pensar’ globalmente
Alessandra que vem se especializando como cantora lírica na região também deseja seguir uma carreira no exterior.
“Depende dos caminhos que o destino me reservar. Mas sei que o meu caminho é cantar em óperas ou musicais. Sou profissional da música mas ainda estou no meio da graduação de canto. Tenho muito o que crescer como cantora e atriz. Mas o Brasil atualmente não valoriza a música erudita, e o sonho da maioria dos estudantes de canto lírico brasileiros é cantar ópera na Europa. A Itália é o berço desta arte. Eu já canto em italiano e tenho interesse em aprender o idioma”, revelou Alessandra que faz um paralelo do mercado da ópera no Brasil entre o passado e atual momento.
“Nas décadas de 1960 e 70, o Teatro Municipal montava anualmente umas 20 óperas. Tinha-se empregos por contrato e, por fazer parte do coro do municipal, mais tranquilamente. Atualmente, os cantores são obrigados a ter planos B, C, D e E. O Brasil ainda está muito atrasado tecnicamente nos padrões europeus em relação à música erudita, mas temos alguns cantores líricos brasileiros espalhados pela Inglaterra como o tenor Luciano Botelho e a grande Eliane Coelho, que recentemente voltou ao Brasil depois de anos de carreira na Alemanha”, explicou a artista.