Lixo se transforma em arte nas mãos de gonçalense
Telas são feitas em vidros descartados

Por: Marcela Freitas
O artista plástico gonçalense Valeri Silva fará a primeira exposição hoje, a partir das 10h, no Café Cultural Seu Machado, na Parada 40, em São Gonçalo. Morador do Porto do Rosa, Valeri transforma o lixo em arte. Suas telas são feitas em vidros descartados e, para compor os desenhos, ele utiliza materiais recicláveis, cola e tinta.
O ingresso de Valeri no mundo dos pincéis e tintas começou em 2000. No começo, sua arte era feita em telas comuns, mas ele percebeu que poderia inovar se as pintasse em vidro. Como o material também tem alto custo, ele passou a “garimpar” no lixo e, dessa forma, além de transforma o lixo em arte, ele preserva o meio ambiente.
Na exposição serão apresentadas 12 telas, que poderão ser compradas pelos visitantes com valor médio de R$ 70. “Os quadros são feitos, em sua maioria, em tampa de fogões. Limpo e trato o vidro para iniciar os desenhos que tem tema livre. Aqui tenho 12, mas tenho mais uns 15 quadros em casa. Neste momento, estou criando um quadro feito a partir de pelo de cachorro que peguei em um petshop”, contou.
Quem for à vernissage, poderá ainda desfrutar de um ambiente multicultural. Logo na entrada, o visitante se deparará com a parte externa, na qual são expostas em uma parreira 42 trovas.
Já no interior, o visitante tem contato com a música através da exposição de José Bonifácio, morador do Luiz Caçador que há 30 anos trabalha como rodie (montagens de palcos de artistas) e, durante esse período, colecionou relíquias, como crachás de concertos, paletas de guitarras de nomes consagrados do rock, case de violão de Geraldo Azevedo e até uma batuta que era do maestro da banda do cantor Julio Iglesias.
Em um segundo ambiente, a leitura tem vez com a biblioteca que leva o nome da imortal Marina Oliveira, antiga presidente da Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (Aglac).
No mesmo local, podem ser vistas as raridades que fizeram de alguma forma parte da história gonçalense. Em um terceiro espaço, a exposição de quadros completa o museu, que tem ainda um café.
Filme – Será apresentado também hoje no local, o filme “Papo de Malandro”, de Ian Medeiros, que ganhou prêmio de melhor curta, no Festival de Cinema de São Gonçalo. Com 26 minutos, todo gravado em celular, o curta tem uma “pegada” social e fala da vida do jovem na comunidade. A faixa etária é 16 anos.
O Café cultural seu Machado fica na Rua Francisco Portela, 2360, na Parada 40.