Prefeitura de SG fecha biblioteca pública aberta há 77 anos
Desde março, estudantes e público em geral estão sem acesso aos livros da Biblioteca do 'Lavourão'
Por Daniela Scaffo
O município de São Gonçalo perdeu mais um meio de acesso à leitura. A Biblioteca Pública Municipal da cidade, que foi criada em 1942 e funcionava desde 1988 dentro Centro Cultural Joaquim Lavoura, o Lavourão, no bairro Estrela do Norte, suspendeu suas atividades neste ano.
Quem chega à biblioteca para fazer pesquisas, encontra um portão de grades fechado com cadeado. Na porta, o aviso: “Biblioteca Municipal desativada temporariamente”, com a data de março de 2019.
Segundo funcionários do Lavourão, muitos estudantes procuravam a unidade para fazer pesquisas.
“Esses dias, duas meninas vieram aqui e descobriram que a biblioteca estava fechada.O local ajudava muitos alunos, pois além dos livros, possuía computadores para fazer pesquisas. Disseram que iriam abrir outra biblioteca na cidade em setembro deste ano. Vamos ver se isso realmente vai acontecer. São Gonçalo não pode ficar sem biblioteca”, disse uma pessoa, que preferiu não se identificar.
O local possuía um acervo de cerca de 20 mil livros, dentre os quais encontravam-se obras de literatura infantil e infanto-juvenil; clássicos da literatura brasileira, norte-americana, espanhola e francesa e livros didáticos de história, português, matemática e ciências para ensino fundamental e médio.
Os livros em questão foram encaixotados e levados para o local onde funcionava o 3º Batalhão de Infantaria (BI), na Venda da Cruz, São Gonçalo, onde foi erguido um condomínio do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, uma escola municipal e a sede da Guarda Municipal da cidade. Segundo informações, os exemplares foram levados para o local na última semana, e deixados dentro de um galpão.
Projeto ‘Mais Leitura’ também fechou - Fruto de uma parceria da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia com a Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, o Projeto ‘Mais Leitura’, também encerrou suas atividades, em janeiro de 2017. A ação tinha como objetivo estimular a leitura, disponibilizando livros com preços acessíveis à população, entre R$ 2 e R$ 4.
O projeto funcionou menos de um ano na Rua Coronel Moreira César, no Centro. Na época, o presidente da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, Haroldo Zager, alegou que as vendas ficaram muito abaixo do esperado desde a inauguração, em junho de 2016.