Coletivo Ponte Cultural completa quatro anos de existência
O Coletivo proporciona diversos cursos culturais
Por Ana Carolina Moraes*
O Coletivo Ponte Cultural está comemorando quatro anos de existência e de assistência á população de Itaboraí e São Gonçalo. Com aulas de dança, artes, teatro, cinema e tv, desenho, teclado, violão, danças urbanas e um pré-vestibular comunitário, o movimento social, que surgiu em 2016, hoje já conta com 200 alunos e 40 funcionários voluntários. O Coletivo também é um dos responsáveis pelo Cine Tamoio - Festival de Cinema, pela produção de longas e curtas metragens locais, por videoclipes, pela Biblioteca Comunitária e por saraus e cine clubes na região. O movimento social, que aceita pessoas de todas as idades, é gratuito e ajuda aqueles que tem menos condição social a também terem acesso a uma cultura digna e necessária.
"O Coletivo Ponte Cultural nasceu no dia 10 de julho de 2016 em uma reunião no Apolo II, que eu fiz com amigos artistas. A ideia era iniciar um movimento voltado para o segmento cultural. Percebemos a necessidade de atividades artísticas e culturais, entendendo que o Apolo II é um bairro que fica no meio de dois governos, de dois municípios e que acaba ficando à margem de políticas públicas essenciais para uma qualidade de vida das pessoas nesse território. Um local que falta saneamento básico e que sofre um certo abandono. Percebemos então que falta um pouco de cultura e educação, por exemplo, pré-vestibular é raro. Com essa falta de estímulo, sentimos a necessidade de fazer algo e criamos o Coletivo para tentar tapar esse buraco. O objetivo sempre foi democratizar o acesso à cultura e à educação superior através da inclusão social", afirmou Marcos Moura, de 42 anos, o diretor-fundador do Coletivo Ponte Cultural.
O Coletivo Ponte Cultural hoje auxilia diversos jovens através do pré-vestibular social "Resignificando Olhares", que não funciona na sede do coletivo, mas sim na Escola Municipal Antônio Alves Vianna, que hoje é uma das parceiras do movimento.
"Foi através da escola que eu já trabalhava que eu conheci o Ponte Cultural. Estabelecemos por anos diversas parcerias, até que eu fui convidada para participar como coordenadora pedagógica do Coletivo Ponte Cultural em 2017. Eu já estava apaixonada pelo projeto quando fui convidada. Pra mim, o Coletivo é tudo. As atividades que eles realizam são muito boas e acabam por trazer os alunos para uma outra realidade, diferente da que eles estão acostumados. Oferecem oportunidades de pensar e fazer o mundo de forma diferente", afirmou Jenifer Lopes, de 39 anos.
Quem também contou como foi sua experiência com o Coletivo Ponte Cultural foi Andreia Costa Moreira Santos, de 41 anos, que também é pedagoga. Andreia e seus quatro filhos (um menino de 16 anos, uma menina de 14 anos e duas gêmeas de 11 anos) participam do projeto. Andreia faz aulas de dança no local e seus filhos fizeram teatro, desenho e aulas de teclado. A pedagoga informou que o Ponte Cultural tem um alto comprometimento com seus alunos e, segundo a Andreia, sem o projeto, seus filhos talvez não cursassem as aulas em questão, pois ela não teria renda para custear esses cursos para os quatros filhos.
"Eu e meus filhos entramos no coletivo em 2018. Eu me inscrevi e também os meus filhos assim que soube do projeto. Eu tenho uma filha que é altas habilidades, mas ela é muito introvertida e, quando ela começou a fazer o curso de teatro no Coletivo, ela se desenvolveu muito na escola e em outras áreas. Sou muito grata ao Ponte Cultural, pois foi um "up" na vida da minha filha. Os outros filhos fizeram desenho e eles aprenderam a técnica do desenho por causa do curso do Coletivo e isso ajudou no desenvolvimento dos meus filhos. Eu fiz o curso de dança e eu gostei, pois me sentia sedentária e o curso me ajudou muito na percepção da música. Até porque eu como pedagoga tenho que trabalhar com músicas com crianças nas escolas e o curso do Coletivo me ajudou muito. Além disso, eles também nos proporcionaram passeios culturais", afirmou Andreia que ressalta que o Coletivo só deixa participar do projeto aquelas crianças que têm notas altas na escola e isso influencia não só no cultural, mas no acadêmico também e motiva a criança a estudar mais.
Todas as atividades realizadas no Coletivo Ponte Cultural são gratuitas e os professores, coordenadores e outros funcionários do local trabalham no Coletivo de forma voluntária. O movimento social Coletivo Ponte Cultural aceita, no entanto, doações para se manter de pé. Essas arrecadações são encaminhadas para as contas de luz e internet da sede do projeto e para pagar as passagens de ônibus de funcionários do local. Quem tiver interesse em conhecer mais do projeto ou fazer doações para o movimento, basta entrar em contato com os seguintes números: (21) 99266-0026 (Marcos Moura), (21) 98570-8402 (Roseane Nobre), (21) 98824-7362 (Alberto Sena).
Serviço:
O sede do Coletivo Ponte Cultural se localiza na Avenida Afonso Sales, 206, Apolo II, Itaboraí.
*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas