Jovem diz que foi vítima de racismo em Supermercado de Alcântara
Ator entrou no estabelecimento para comprar produtos para bolo
O ator e estudante de gastronomia, Bernardo Marins, de 20 anos, alegou ter sofrido racismo dentro do supermercado Extra, na unidade de Alcântara, em São Gonçalo, no último dia 18. Em entrevista ao site Tupi, a defesa do jovem alegou que ele teria entrado no estabelecimento para comprar ingredientes que usaria no seu bolo de aniversário. Logo em seguida, os seguranças começaram a seguir o estudante e, entre eles, pediam para que a câmera de segurança fosse analisada.
Desconfortável com toda a situação, Bernardo se dirigiu ao caixa, pagou pelos produtos e pediu para falar com o gerente da unidade. Dizendo estar sofrendo racismo, o gerente rebateu as acusações e disse que a ação dos seguranças não era contra ele.
Ao passar pela porta de saída do Extra, um dos seguranças foram atrás dele e o teriam chamado de “ladrãozinho”. Inconformado com a situação, o ator fez questão que fosse revistado e o segurança o acusou dizendo que não era cego e que teria visto o rapaz furtar os produtos. O gerente saiu em defesa do funcionário e chegou a perguntar se ele teria frequentado o local outras vezes, pois o segurança poderia ter marcado o rosto dele.
O caso foi levado até a 74º DP (Alcântara) mas, ainda segundo a defesa do rapaz, o caso foi negado pelos agentes.
Em nota, o Supermercado Extra informou que tomou conhecimento do acontecido no dia 19 de agosto e que um processo interno de apuração está em andamento. A empresa também entrou em contato com o jovem para se desculpar pelo acontecido e aconselhou o afastamento temporário do segurança responsável pela abordagem.
Veja a nota na íntegra
"A rede informa que, tão logo tomou conhecimento sobre o ocorrido, no dia 19 de agosto, acionou imediatamente a loja de Alcântara, iniciando assim um processo interno de apuração. A empresa conseguiu contato com o cliente Bernardo no último dia 20 para se desculpar pela situação vivenciada por ele na loja e incluí-lo no processo de averiguação dos fatos. Até que este processo seja concluído, a rede optou pelo afastamento temporário do funcionário citado pelo cliente.
O Extra não orienta os funcionário para qualquer tipo de atitude discriminatório ou desrespeitosa, inclusive condena a mesma em seu Código de Ética e na política de diversidade e direitos humanos da rede. A empresa disponibiliza um canal para recebimento e apuração de denúncias que infrinjam o Código de Ética da Companhia e também participa da Coalização Empresarial pela Equidade Racial e de Gênero, que estimula a implementação de políticas e práticas empresariais no campo da diversidade.
Desde 2017 tem uma agenda formativa sobre o tema. Em 2018 implantou um grupo interno de Afinidade de Equidade Racial, formado por colaboradores(as) negros(as) e não negros(as) comprometidos em construir com a empresa um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo e de promoção da equidade racial. Qualquer denúncia contrária a orientação e às políticas da cia sobre este tema, é rigorosamente apurada e, se comprovada a veracidade, são tomadas todas as providências necessárias."