Grupo de mulheres de Niterói cria perfil no Twitter para que outras compartilhem abusos sofridos
Seis mulheres se uniram para dar suporte às vítimas na rede social
Por Thalita Queiroz
Na intenção de ganhar voz em uma sociedade que, na maioria das vezes, silencia o abuso sexual, seis meninas da cidade de Niterói se uniram para ouvir e compartilhar relatos de mulheres que sofreram, ou sofrem, abusos sexuais. A ferramenta de luta está sendo uma conta no Twitter ‘Voz da Mulher Niterói’, uma rede social que abraçou a causa delas e já conta com mais de 1 mil relatos de mulheres, entre adolescentes e mulheres mais velhas.
São relatos descrevendo os momentos de horror vividos pelas vítimas que não conseguiram denunciar ou não receberam o apoio de familiares para contar. O perfil no Twitter é destinado a meninas moradoras dos bairros de Niterói e não há a identificação da vítima e nem do agressor. Mas, as seis organizadoras afirmam que recebem relatos de bairros de São Gonçalo e que querem expandir a conta na rede social para abraçar esta região.
Para as organizadoras do projeto, o intuito da divulgação dos casos é conscientizar e incentivar o diálogo sobre essa realidade comum. Além disso, elas explicam que essa é uma forma de ajudar meninas que sentiam receio de compartilhar seus casos pois tinham medo de ninguém acreditar.
O coletivo conta com o suporte de advogados e também estão em busca de apoio de profissionais da área da psicologia.
“Temos advogadas que nos auxiliam em casos que pesam mais, ou em casos que as meninas queiram denunciar. Auxílio psicológico ainda não temos, mas visamos ter”, informou o grupo Voz da Mulher Niterói.
Quem quiser compartilhar o seu relato, basta entrar em contato pelo direct do Twitter @VozMulher. Caso a vítima queira denunciar através do disque-denúncia disponibilizado pelas autoridades, ligue para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
O Ligue 180 tem por objetivo receber denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário.
A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Soares