Família gonçalense faz ato para jovem que teria sido preso injustamente
O ato será na próxima quinta-feira (15)
A família, os amigos e as instituições que lutam por igualdade racial no município de São Gonçalo se reunião em um ato para conquistar alguma nova mudança no caso Carlos Henrique, de 22 anos, que, segundo a família, é mais um dos jovens negro que foi preso injustamente. A manifestação ocorrerá na próxima quinta-feira (15), às 15h, na frente do Fórum Juíza Patrícia Acioli, que fica no Colubandê, em São Gonçalo.
Diversas organizações estão apoiando essa manifestação, como a Comissão de Direitos humanos da OAB-RJ, a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB Niterói, o coletivo Enegrecer e a Bem TV, que atua no município com diversas ações que privilegiam a memória e o movimento negro atual. A jornalista Márcia Corrêa e Castro, de 51 anos, explicou um pouco dos motivos que levaram ao ato, ela faz parte da Bem TV.
"Nos mobilizamos, inicialmente, em torno do caso do Danillo Félix (preso e já absolvido). Mas nos demos conta que não era um caso isolado. Há uma prática disseminada nas delegacias: eles pegam fotos aleatórias de jovens negros nas redes sociais e colocam para reconhecimento de vítimas de crimes em Niterói e São Gonçalo. Aí o jovem (sempre negro) precisa provar que é inocente. Ou seja, os jovens negros são culpados até que se prove o contrário e não o oposto.", contou Márcia.
Segundo Márcia, a manifestação tem dois objetivos. "De um lado, buscamos chamar a atenção do judiciário para o fato de que o Carlos Henrique é um inocente, que conta com o apoio de muitas pessoas e organizações . De outro, queremos dar visibilidade a essa arbitrariedade da polícia, que está prendendo jovens sem qualquer esforço de investigação", disse ela.
A esposa de Carlos Henrique, Gabrielly Gonçalves da Fonseca, de 29 anos, afirma que vai estar no ato. "Ainda não consegui falar com ele desde o dia que o prenderam, mas estou com esperança com essa manifestação. Também estou fazendo parte da organização do evento, juntamente com as pessoas que organizaram o ato para o Danillo Félix. Vou estar lá no dia 15, às 15h", disse ela.
Recordando: No dia 23 de julho deste ano, Carlos estava em seu trabalho como mototaxista quando ele e seus companheiros de profissão foram abordados por policiais, que estavam conferindo o documento de todos. Quando acharam o dele, viram que ele já havia sido preso em 2018 e afirmaram que teria uma nova acusação por roubo aberta contra ele de 2017. O morador de Maria Paula foi, então, levado para a 75ª DP (Rio do Ouro) e ficou detido. Hoje, ele foi está no Presídio Ary Franco.
A história de Carlos se complica, pois ele já foi preso anteriormente por uma acusação do mesmo crime, no entanto, ele não permaneceu detido muito tempo, já que não haviam provas para mantê-lo em cárcere. Mas, ele e sua família afirmam que a nova acusação de roubo não é verdade e que ele estaria tentando mudar de vida.
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