Brasil assina declaração contra o aborto ao lado de países conservadores
Outros cinco países estavam a frente da criação da convenção internacional
O Brasil assinou nesta quinta (22), ao lado de outros cinco países conservadores, uma declaração internacional contra o aborto e em defesa da família tradicional, intitulado Declaração de Genebra. A união, promovida pelos Estados Unidos pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ganhou o apoio do Egito, Hungria, Uganda e Indonésia.
Esta união simboliza, oficialmente, o posicionamento dos países em relação aos "direitos iguais entre homens e mulheres de usufruir de todos os direitos civis e políticos, assim como direitos econômicos, sociais e culturais; e os direitos iguais de oportunidades e de acesso aos recursos e divisão igualitária das responsabilidades familiares pelos homens e mulheres e uma parceria harmoniosa entre eles é fundamental para seu bem estar e o de suas famílias", segundo um trecho da Declaração.
Os representantes dos países também deixaram claro seus posicionamentos ultraconservadores. "Rejeitamos categoricamente o aborto como método de planejamento familiar, assim como toda e qualquer iniciativa em favor de um direito internacional ao aborto ou que insinue esse direito ainda que veladamente", alertou o chanceler Ernesto Araújo.
A ministra de Direitos Humanos, Damares Alves também fez um pronunciamento na convenção. "Reafirmamos o nosso dever de proteger a vida humana desde a sua concepção. Celebramos que o texto da declaração ora assinada consagre a inexistência de um direito à interrupção voluntária da gravidez, como as vezes se afirma em determinados fóruns internacionais. Que se diga abertamente: nada, no direito internacional dos direitos humanos fundamenta esse hipotético direito de valer-se do aborto como opção do planejamento familiar", afirmou.