Pacientes do Desembargador Leal Junior pedem socorro

Diagnósticos diferentes, porém relatos muito semelhantes. Quem procura atendimento no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, em Nancilândia, parece estar destinado a esperar por horas e, em muitos casos, não conseguir solução.
É o que conta a cozinheira Lucicleide da Silva, que chegou à unidade com o sogro de 76 anos, em busca de atendimento para a cunhada, uma paciente psiquiátrica. “Nos informaram que o psiquiatra não tem vindo trabalhar por falta de pagamento e que deveríamos esperar pelo atendimento do clínico-geral. Mas estamos aqui há seis, sete horas esperando, enquanto minha cunhada está amarrada em uma sala com pessoas de quadros totalmente diferentes do dela, sem qualquer medicação”, relatou.
Moradora de Manilha, ela acrescenta que em janeiro também esteve no hospital e não encontrou o serviço de psiquiatria, mas que ainda tinha esperança de conseguir uma transferência. “É difícil dizer o que podem fazer pela gente. Não tem papel higiênico, copo descartável, álcool em gel, imagine médico”, criticou.
A atendente Simone Moreira levou toalha e camisas para improvisar como lençol na maca que encontrou para o irmão. Soropositivo e epilético, o morador do Apolo, de 35 anos, está em crise, com febre, vômito e muita dor. Apesar da gravidade do caso, a unidade informa não ter vaga para internação e recomendou, pela segunda vez, que a família leve o paciente para casa.
“A gente perde o dia inteiro para no fim do dia, perder qualquer esperança. No domingo, deram uma injeção e o mandaram para casa. Meu irmão passou mal a noite toda. Hoje (ontem), ele está pior. Não acham a veia para injetar soro. Como querem que eu o leve de volta sem medicação? Parece que querem que ele morra em casa”, desabafou.