Olimpíadas 2024: Kelvin Hoefler detona skate nos Jogos de Paris
Fora do pódio nessa edição, brasileiro ainda critica organização do skate no Brasil e não garante que estará em Los Angeles 2026
O skatista brasileiro Kevin Hoefler terminou sua participação nas Olímpiadas de Paris sem conseguir subir ao pódio. Após a final desta segunda-feira (29), Kelvin detonou o formato adotado para o skate street nos Jogos. Segundo ele, esse atual modelo de competição permite mais erros e favorece à nova geração da modalidade, que, segundo ele, tem menos repertório de manobras.
"Com essa nova geração é difícil, né. Uma pista muito pequena, que a galera consegue tentar bastante coisa, ter mais qualidade, mais técnica. A nova geração é essa daí. Bem difícil de acompanhar. Consegui acertar minhas manobras, por milésimos, muito pouco. Tóquio foi diferente, a pista era grande, formato diferente. Tóquio eram quatro notas totais, aqui eram três, tirando uma da volta. Aí você tem cinco tentativas, para acertar duas. Então, a margem de erro é muito maior do que em Tóquio. Eu, sinceramente, particularmente, acredito que o pessoal tem que mudar o formato para os próximos Jogos Olímpicos para ser mais divertido."
O brasileiro disse também que o evento precisa ser mais atrativo para o público. "É fato que o pessoal erra, erra e erra, e ganha. Acertam duas e ganham. Então, para um público mais leigo e para mim também, que vejo a galera errando e errando e vencendo, tem que ser mais legal para o público."
Leia também:
➤ Motorista de aplicativo e passageira ficam feridos em tiroteio no Rio
➤ Polícia Civil intima professores que imitaram macacos em roda de samba no Rio
Hoefler citou rumores de que o formato de avaliação do skate street pode mudar na próxima edição dos Jogos, em Los Angeles 2026. Ele ainda colocou o skate park como formato a ser seguido: "Igual o (street) park. Os caras têm três voltas, e a melhor volta da sua vida que você vai colocar lá, as melhores manobras. Tem que ser isso."
O skatista também comentou sobre uma possível ausência na próxima edição. O último ciclo, segundo ele, foi bastante desgastante: "Eu não aguento mais. Preciso de férias. Estou cansado. Ando de skate há uns 23 anos. Nunca tive, velho. Preciso de férias, descansar. Essa corrida olímpica foi bem difícil. Tivemos competição há dois, um mês atrás. E de um alto nível muito difícil. A gente não sabia que viria pra cá (Paris). Tivemos que vir nessa correria. Não sabia que eu iria classificar, e não sei se vou para Los Angeles, porque estou bem cansado. É estressante pra caramba. É difícil manter o alto nível..."
Hoefler ainda detonou a organização do skate no Brasil, falando da briga jurídica pelo controle da modalidade no país, iniciada no começo do ano: "Acho que não (muda). Se tiver junto ou separado, é a mesma m**da."
Em janeiro deste ano, a World Skate anunciou que não reconhecia mais a CBSK como uma de suas integrantes. De acordo com a federação internacional, apenas uma instituição por país pode ser filiada ao órgão, o que obrigaria uma junção da CBSK com a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins. Como não houve junção nem acerto entre as entidades nacionais, a de skate foi desfiliada e a CBHP passaria a gerir o skate no Brasil. Em fevereiro, por meio de uma medida cautelar, a CBSK retomou o controle do skate no Brasil.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, Kelvin Hoefler terminou na sexta colocação e não conseguiu repetir a prata de Tóquio 2020 em uma final de nível jamais visto no skate. O japonês Yuto Horigome conquistou o bicampeonato na última manobra. Os americanos Jagger Eaton, prata, e Nyjah Huston, bronze, completaram o pódio.