Papa Francisco vai ter alta no domingo, dizem médicos
Francisco voltará ao Vaticano mas terá de passar dois meses em repouso. Alta ocorre após cinco semanas de internação para tratar uma dupla pneumonia.

O Papa Francisco recebeu alta neste domingo (23), conforme anunciado pela equipe médica que o acompanha.
Aos 88 anos, o pontífice deixará o hospital Gemelli, em Roma, onde esteve internado nos últimos 37 dias para tratamento de uma pneumonia bilateral. Ele retornará à sua residência no Vaticano, mas precisará permanecer em repouso por dois meses, sob acompanhamento médico contínuo, em um processo que os especialistas classificaram como "alta hospitalar protegida".
Durante o período de recuperação, Francisco será submetido a sessões de fisioterapia respiratória e exercícios para melhorar a fala, uma vez que sua voz foi impactada pelo uso prolongado de oxigênio em alto fluxo por meio de dispositivos não invasivos. O progresso nessa questão ocorrerá gradualmente, dizem os médicos, sem estabelecer um prazo específico para a recuperação completa da voz. Ele retomará suas atividades de forma progressiva, mas terá que adotar um “estilo de vida mais tranquilo”, afirmou Sergio Alfieri, chefe da equipe médica e diretor do hospital Gemelli.
"A notícia que todos aguardam é que, amanhã, o Santo Padre terá alta", declarou Alfieri. "Ele está em recuperação, e esperamos que volte às suas atividades normais em breve." Para garantir uma recuperação plena, os especialistas recomendaram evitar aglomerações e encontros frequentes com grandes grupos, além de restringir atividades fisicamente exigentes. Apesar da alta, os médicos alertaram que alguns vírus ainda permanecem nos pulmões do papa.
Segundo Alfieri, Francisco recebeu a notícia da alta com alegria. Ele comentou que o pontífice frequentemente perguntava quando retornaria ao seu lar. “O papa foi um paciente exemplar, seguiu nossas orientações à risca. Só autorizamos a alta quando consideramos ser o momento certo.”
Apesar da gravidade inicial, Francisco manteve "bom humor" durante a maior parte de sua hospitalização. No entanto, houve momentos críticos em que sua saúde apresentou sérios agravantes. No domingo, antes de deixar o hospital, ele fará uma breve saudação aos fiéis presentes, de acordo com informações antecipadas pelo Vaticano.
Ao fim deste período de internação — o mais longo já registrado para um pontífice na história do Vaticano —, Francisco terá passado 38 dias no hospital. Este episódio representou o desafio mais delicado dos 12 anos de seu papado. Durante esse tempo no cargo, sua saúde enfrentou várias adversidades, incluindo dificuldades respiratórias frequentes, problemas de locomoção e dores intensas causadas por uma osteoartrite.
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Antes de ser internado, Francisco já demonstrava sinais preocupantes de dificuldade respiratória, o que chegou a dificultar sua leitura de sermões nas semanas anteriores. Inicialmente diagnosticado com bronquite pelo Vaticano, ele foi hospitalizado em meados de fevereiro. A condição evoluiu para uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias e posteriormente foi identificada como pneumonia bilateral.
Durante a internação, o quadro do pontífice foi descrito como "complexo". Ele enfrentou crises severas de asma e broncoespasmos, culminando em episódios graves de insuficiência respiratória e insuficiência renal. Após dias críticos e administração de oxigênio e outros tratamentos intensivos, seu estado começou a melhorar progressivamente. Nos últimos dias, a insuficiência renal foi revertida e ele deixou de depender de aparelhos respiratórios.
Agora estabilizado, o Papa Francisco se prepara para retomar sua rotina gradualmente, com foco em sua saúde e bem-estar.