Alckmin entra com representação no TSE contra propaganda de Bolsonaro com falas antigas
Candidato à vice-presidência acusou comercial de intenções maliciosas e descontextualização
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), que concorre à vice-presidência na chapa do candidato Luiz Inácio da Silva (PT), apresentou nesta quarta-feira (07/09) uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral para solicitar que um comercial da campanha do candidato Jair Bolsonaro (PL) seja retirado do ar e da circulação online.
O pedido acusa a propaganda de ser "maliciosa" e de promover desinformação através da descontextualização de falas antigas de Alckmin.
O comercial do candidato à reeleição traz trechos de um vídeo de 2018, em que Alckmin - que, na época, também disputava a Presidência - fala que "depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ele quer voltar à cena do crime". Ao final da propaganda, um locutor diz: "Se até o vice do Lula pensa assim, como é que eu vou confiar nele?"
A representação afirma que a descontextualização das falas tenta confundir eleitores e fazer com que os espectadores acreditem que as declarações registradas no vídeo seriam recentes. "Inegável o intento de criar confusão na mente do eleitor, de modo a ludibriar o seu entendimento. No entanto, tal desiderato é terminantemente vedado pela lei eleitoral, como se passa a demonstrar", reforça a defesa.
O documento ainda relembra uma situação parecida que aconteceu durante a disputa eleitoral de 2014. Na ocasião, o candidato Aécio Neves (PSDB) utilizou frases ditas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fora de contexto em uma peça de campanha. O TSE entendeu, na época, que os trechos deveriam ser suspensos da propaganda eleitoral.
"Se o entendimento jurisprudencial já era assim na campanha presidencial de 2014, com mais rigor, isso há de ocorrer na atual quadra, em que se combate com mais firmeza a divulgação das chamadas fake news, enfrentando-se de forma visceral a divulgação de falsidades para turbar o entendimento do eleitor", destaca o pedido.
O Tribunal deve analisar a representação nos próximos dias.