Apontado como líder de protestos pede: "queremos o Exército, não queremos mais Bolsonaro"

Um homem, identificado como o líder dos bloqueios em estradas de Santa Catarina nas manifestações contrárias à vitória de Lula (PT) para presidente, foi registrado defendendo, em um discurso, um golpe militar. No vídeo, que está circulando na internet desde a noite desta quarta (02/11), ele afirma que os manifestantes "não querem mais" o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Temos que ter noção de uma coisa: nós não temos mais presidente. Não queremos mais o Jair Messias Bolsonaro como presidente. Queremos, sim, uma intervenção militar. Queremos o Exército para vir botar a ordem em nosso país", declara o suposto líder.

No discurso, o homem ainda alega que o novo presidente eleito e seus aliados não seguem a Constituição Federal, e que isso justificaria uma intervenção antidemocrática dos militares. "O pessoal que está para assumir está fugindo das quatro linhas da Constituição faz muito tempo. Não vamos aceitar. Nós queremos o Exército brasileiro tomando a frente e queremos eles de volta no poder, porque não queremos corruptos, ladrões. Nós queremos o Exército, não queremos mais o Bolsonaro. Nós queremos o Exército brasileiro nas ruas" enfatiza.

A declaração começou a circular pouco tempo depois de Bolsonaro publicar, em suas redes sociais, um vídeo com um apelo para que manifestantes parem de obstruir rodovias durante os atos.

Registros apontam que, em pelo menos 25 unidades da Federação, apoiadores do presidente foram vistos carregando cartazes reivindicando uma "intervenção federal". Em alguns protestos, manifestantes pedem um golpe militar com base no artigo 142 da Constituição Federal, que designa o papel das Forças Armadas do país. Apesar disso, não há respaldo jurídico no trecho que garanta direito ao Exército de realizar uma intervenção antidemocrática.