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PF acha mapa de blitze contra eleitores de Lula em celulares de agentes da PRF

Essa é uma das provas coletadas pela PF que levaram à operação deflagrada nesta quarta-feira (9) para coletar mais informações sobre a investigação sobre suposta intervenção na eleição do ano passado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de agosto de 2023 - 17:25
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o diretor-geral da PF, Márcio Nunes, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o diretor-geral da PF, Márcio Nunes, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno -

Peritos da Polícia Federal encontraram imagens em telefones celulares de policiais rodoviários com o mapeamento das cidades onde o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais de 75% dos votos no primeiro turno no Nordeste, região que é o maior reduto eleitoral do petista. Foram nessas localidades que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) concentrou as blitze no dia 30 de outubro, quando ocorreu a votação do segundo turno do pleito de 2022.

Essa é uma das provas coletadas pela PF que levaram à operação deflagrada nesta quarta-feira (9) para coletar mais informações sobre a investigação sobre suposta intervenção na eleição do ano passado. Na operação desta quarta-feira (9), agentes prenderam o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques, por tempo indeterminado. Ele estava em casa, em Florianópolis (SC), e será transferido para Brasília ainda nesta tarde.

De acordo com as informações do portal G1, a PF também revelou em suas investigações, que foram localizadas conversas tratando de uma reunião da cúpula da PRF na qual Silvinei Vaques teria determinado um "policiamento direcionado", no dia do segundo turno, nas cidades do Nordeste onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno.


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Ex-dirigentes da PRF fiéis a Silvinei também são alvo da operação

Além de Silvinei Vasques, dirigentes da corporação que trabalhavam com ele também são alvo da operação deflagrada pela PF na manhã desta quarta. O portal O TEMPO, apurou em Brasília que os demais investigados são:

-Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;

-Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;

-Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;

-Rodrigo Cardozo Hoppe ex-diretor de Inteligência Substituto;

-Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;

-Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime;

-Bruno Nonato, ex-PRF e hoje na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A PF cumpre 10 mandados de busca e apreensão contra ex-subordinados dele, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. 

Os mandados para a operação desta quarta foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A operação também contou com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou também que 47 policiais rodoviários federais sejam ouvidos. 

Durante a votação do segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro, a PRF realizou mais de 500 operações no transporte de eleitores em diversas estradas do país. As ações foram suspensas após ordem da Justiça Eleitoral, na tarde daquele dia.

Vasques usou as redes sociais para, na véspera do dia da votação, declarar voto em Bolsonaro. Publicou uma imagem da bandeira do Brasil com as frases “Vote 22. Bolsonaro presidente”. Vasques é réu por improbidade administrativa nesse episódio. 

Em dezembro, quando Bolsonaro ainda era o presidente da República, Vasques foi dispensado do cargo e, no mesmo mês, a PRF concedeu aposentadoria voluntária ao ex-diretor-geral, com 47 anos.

Plano para blitz começou a ser elaborado um mês antes, diz PF

Segundo a PF, o objetivo da operação desta quarta-feira é esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral. De acordo com as investigações, integrantes da PRF teriam “direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022”.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, acrescenta a PF em nota.

“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”, completa.

O nome da “Operação Constituição Cidadã” é uma referência à Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da democracia.

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