Lula é ovacionado e faz discurso democrático ao apresentar Novo PAC no Theatro Municipal do Rio
O presidente discursou por cerca de 39 minutos com uma fala voltada à democracia como base para o bom funcionamento de um país; Ao repudiar as vaias direcionadas ao governador Cláudio Castro, Lula foi enfático ao afirmar: "Nós vamos continuar sendo opostos. Mas ele está aqui como uma instituição", discursou
O presidente discursou por cerca de 39 de minutos durante o evento desta sexta-feira, no Theatro Municipal do Rio, que marca a apresentação do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ao subir ao palco para encerrar o evento, o presidente realizou a assinatura dos decretos, enquanto era ovacionado e aplaudido de pé pelo público presente.
Com o início de seu discurso, Lula compartilhou uma fala da ex-presidente Dilma Rousseff, o parabenizando pelo novo programa. "A Dilma falou para mim: ""Parabéns, esse PAC é mais preparado do que o que já foi feito"".
Com uma fala direcionada à importância da democracia, Lula garantiu que um ato como esse, "não um ato para o PT, para o governo, e sim para toda a sociedade brasileira".
Leia mais
➢ Lula apresenta Novo PAC noTheatro Municipal do Rio de Janeiro
O presidente foi enfático ao repudiar às vaias direcionadas ao governador do Rio, Cláudio Castro, que estava presente no evento.
"O governador do Rio não queria estar aqui. Ele veio porque foi convidado. Eu me sentiria constrangido se fosse em Goiás e fosse vaiado. Eu estou falando isso porque eu e Dilma ficamos muito incomodados", iniciou.
"Eu tive muito adversário na minha vida. Mas a gente vivia num país civilizado. Onde quem ganhava, ganhava e quem perdia, perdia. Nós vamos continuar sendo opostos. Mas ele está aqui como uma instituição", declarou o presidente de forma incisiva.
O presidente Lula também evidenciou a importância do comportamento democrático para o bom funcionamento do país e citou exemplo de Getúlio Vargas dentro de um cenário onde as divergências políticas levam ao extremo.
"Esse país foi civilizado. Esse país sempre teve problema, confusões, ingerências políticas. Esse país levou um presidente a se matar. Se Getúlio Vargas tivesse tido as demonstrações depois da morte dele, em vida, ele não teria se matado", disse.
O presidente continuou o discurso afirmando que hoje se inicia seu mandato e que o Novo PAC é um compromisso de credibilidade, civilidade e estabilidade política, jurídica e social.
"Hoje começa o meu governo. Até agora, o que fizemos foi reparar. É o começo do nosso terceiro mandato. Ministro vai parar de ter idéia e vai cumprir, trabalhar muito. O novo PAC é o compromisso com o coletivo. Esse PAC é para a gente correr atrás. Cada Ministro terá que correr atrás do que está escrito no PAC", declarou o presidente.
Lula também citou três pilares essenciais para a execução do programa.
"Credibilidade. Um governo que não tem credibilidade fala e ninguém acredita. Estabilidade, política, jurídica, social. O que fizemos crescer nesse país tem que ser repartido com a população brasileira. Civilidade. Ninguém precisa gostar de mim. Mas temos que ter civilidade. Tudo será a luz do dia, para todo mundo. Porque queremos mudar a democracia desse país", garantiu Lula.
Ao finalizar seu discurso, com duração de 39 minutos, o presidente Lula encerrou a apresentação do PAC solicitando que, daqui pra frente, os parlamentares e o povo brasileiro, cobrem os ministros para que o trabalho seja executado.
"Quando a gente nega o estado quem se prejudica é a sociedade, o povo pobre. Por isso, companheiros, muito obrigado. Podem procurar os ministros, porque agora é o seguinte: trabalhar. Trabalhar e trabalhar, porque se tudo der certo vamos gerar 4 milhões de empregos", finalizou Lula.
Resumo do evento
A apresentação do Novo PAC aconteceu nesta sexta-feira (10), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O programa conta com uma forte parceria entre Governo Federal, governo do Rio de Janeiro, municípios, setor privado e movimentos sociais.
Eduardo Paes
O primeiro a discursar no evento, por volta de 10h40, foi o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
"Nós estamos lançando uma mensagem de esperança e de crescimento. Já saímos do tempo sombrio em que vivia o Brasil. Viva o PAC", iniciou.
O prefeito também falou, de forma breve, sobre os novos eixos de atuação do PAC.
"Rota da transição ecológica; 1,7 trilhão em todos estados do Brasil; 30 bilhões em água para todos; novas unidades de saúde; 610 bilhões em novas moradias do Minha Casa, Minha Vida; educação com prioridade em construções de creches e internet de alta qualidade em escolas públicas e saúde", finalizou.
Rui Costa
O economista e ministro da Casa Civil, Rui Costa, ressaltou o compromisso com o respeito às diferenças políticas e destacou a importância da união de todos os ministros.
"Não pergunte qual o partido do prefeito, do governador. Não pergunte quem ele apoiou. Vá e faça com respeito. Essa foi a ordem do nosso presidente", disse.
"Esse não é um trabalho somente da Casa Civil. A Casa Civil é um articulador. Esse é um trabalho de todos os ministros", garantiu o ministro.
Rui Costa finalizou sua fala fazendo referência à importância do alinhamento entre responsabilidade fiscal e responsabilidade social.
"Sepultamento da idéia de que para ter responsabilidade social, precisa ter irresponsabilidade fiscal. Nosso pilar é responsabilidade fiscal, ambiental, mas sobretudo a responsabilidade social. Cuidar de gente. Conclusão de obras iniciadas. Para não termos cemitérios de obras inacabadas e até 2026 garantir que 100% das escolas tenham banda larga no país inteiro", disse.
Geraldo Alckmin
O vice-presidente da República também discursou durante o evento desta sexta-feira e exaltou o trabalho do governo, associado ao diálogo e uma comunicação inclusiva e democrática.
"Em poucos meses a gente percebe o clima de otimismo. E não só otimismo com o futuro, e com otimismo com o dia de hoje. E isso se resume a uma palavra: confiança. Ao invés de fakenews, fatos. Ao invés de ódio, diálogo. Desenvolvimento inclusivo, com justiça social, com trabalho, reformas e eficiência econômica.
E como dizia o Papa Paulo VI: "o Desenvolvimento é o novo nome da paz". Parabéns", declarou Alckmin.
Alexandre Silveira
Mais um a discursar no evento, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi sucinto ao declarar que "é através do diálogo, da boa política, da construção e da união do Brasil, que vamos atingir o objetivo do governo para entregar um país mais justo. Quero encerrar dizendo que é a sua energia, presidente, que nos impulsiona a trabalhar melhor". afirmou.
Jean Paul Prates
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que "a Petrobrás vai "lotar" novamente os estaleiros do país para construir embarcações que serão usadas na exploração de óleo e gás".
A Petrobrás planeja aportar mais de R$ 300 bilhões nos próximos anos dentro do Novo PAC.
"Vamos ser grandes fomentadores da agricultura familiar. Vamos construir pelo menos 25 navios. Vamos nos reconectar com nossos vizinhos e parceiros. Bolívia, Venezuela. Sem nenhuma vergonha. Vamos os ajudar e nos ajudar. Vamos chamar mais de 2 mil concursados que já foram aprovados e temos mais 500 vagas para concursos que vão ser abertos. Lula voltou, o Brasil voltou e a Petrobras voltou", declarou o presidente da Petrobras.
Aloizio Mercadante
Em um discurso enfático, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iniciou sua fala dizendo: "Nós não somos e jamais seremos igual a eles".
"O presidente Lula voltou para trazer a bandeira da paz, da parceria. Nós não precisamos de guerra. A guerra que precisamos é para enfrentar a fome, a desigualdade", continuou.
Sobre o PAC, Mercadante garantiu que o olhar também está sendo voltado para as pequenas empresas e cooperativas.
"Hoje nós temos 45% de energia limpa, renovável. O PAC não só para grandes obras, para grandes empresas. Nós também estamos olhando para pequenas empresas e cooperativas. Essa participação entre bancos privados, bancos públicos é o que vai possibilitar esse investimento. O governo Lula acabou com o complexo vira lata. O Brasil escolheu ser grande", declarou o presidente do BNDES.
Helder Barbalho
Sendo o último a discursar antes do presidente Lula, o governador do Pará, Helder Barbalho destacou o valor da democracia para a união governamental do país.
"É preciso destacar que lançar o PAC no Rio e chamar o governador da Amazônia para falar é uma demonstração clara da democracia".