Vereadores de São Gonçalo abrem CPI contra ENEL
Composição da Comissão vai contar com 7 vereadores
Os vereadores de São Gonçalo abriram, na última quarta-feira (22), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra os serviços (ou a falta deles) prestados pela ENEL. A medida foi instaurada com a pretensão de apurar irregularidades na atuação da companhia no território gonçalense e reunir informações sobre número de funcionários, investimentos e capacidade de manutenção da empresa.
A abertura da CPI fez-se necessária após o cenário caótico que envolveu o município na última semana e resultou em mais de 60 mil residências e estabelecimentos sem energia elétrica. Além do apagão, a demora no restabelecimento da energia, que excedeu mais de 24h em diversos bairros da cidade, foi um dos motivos para a insatisfação total de moradores e instâncias públicas.
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Em busca de entender as responsabilizações da companhia elétrica, a CPI vai iniciar as etapas de investigação apurando os prejuízos causados aos moradores de São Gonçalo, conforme explica o vereador Romário Régis (PDT):
‘’Depois que a CPI é instaurada, a gente começa a etapa de organizar a estratégia de atuação, ou seja, como e quais lugares faremos visitas técnicas para identificar os problemas em loco que a Enel causou. Como que a gente fala com gonçalenses, empreendedores, empresários da cidade que tomaram prejuízos financeiros ou de famílias que já tomaram prejuízos na área de saúde, por uso de insulina e que não tiveram geladeira, ou que alguém que tinha alguma necessidade de respirador em casa, mas que não pôde usar por conta da Enel.’’, detalhou.
Em seguida, o plano vai cruzar essas informações com os problemas de defasagem da própria companhia, para ser relatado e enviado às instâncias jurídicas: ‘’Vamos identificar quais as defasagens da ENEL aos serviços públicos municipais, ou seja, conservação pública em relação a postes, em relação à poda e vamos questionar a Enel diretamente sobre essas questões. Então a gente vai fazer as visitas técnicas e começar a ir para os órgãos inclusive com a Enel para poder questionar ela sobre quantidade de carros, quantidade de funcionários e qual a capacidade que ela tem para atender casos de emergência.’’, contou.
‘’O caos colocado pela ENEL na cidade tem uma relação muito objetiva com a incapacidade dela atender a cidade, ou seja, a gente precisa ter materialidade, e números para poder mandar esse relatório para o Ministério Público, para Justiça, para a ENEL e para as CPIs que estão se instaurando por todo o Brasil, especialmente lá na Câmara Federal.’’, concluiu.
Na CPI, estão unidos os vereadores Romário Régis (PDT), Lucas Muniz (PP), Nelsinho Ruas (AVANTE), Glauber Poubel (PROS), Juan Oliveira (PL), Alexandre Gomes (PV) e Tião Nanci (PV). A diversidade de ideologias reunidas chamou atenção de usuários envolvidos na discussão, através das redes sociais:
‘’Fiquei muito satisfeito em ver frentes de ideologias diferentes, trabalhando em prol da população, por mais cenas como essa. O respeito é fundamental! Por mais pluralidade de ideias, São Gonçalo só tem a ganhar.’’, comentou um internauta em uma das publicações feitas no Instagram do vereador Romário Régis.
Segundo o vereador, a diversidade é essencial para a garantia na promoção de agendas no município: ‘’Respeitar a democracia é respeitar a diferença. E o encontro de diferentes geram novas igualdades. Se aquela câmara tem uma diversidade ideológica, significa que a população votou numa diversidade ideológica. E por respeitar a democracia eu entendo que cada mandato representa uma parcela da população e por isso construir algumas agendas juntas é fundamental para nossa cidade. E a Enel me parece que é um tema que conecta várias matrizes ideológicas numa mesma perspectiva.’’, acrescentou.
Nas redes sociais, a notícia de abertura da CPI foi bem recebida pela população gonçalense: ‘’Muito assertiva a decisão de todos, e lembrando que infelizmente só existem 2 lados, a ENEL e a população!!’’, opinou um usuário. ‘’É isso! Precisam ser responsabilizados pelos danos causados aos consumidores. Contas caras e a população sofrendo. Absurdo.’’, comemorou outro.
Desde a última segunda (20), diversas manifestações têm acontecido em diferentes localidades do município de São Gonçalo, assim como Niterói, também afetada pelo apagão.
Sob supervisão de Marcela Freitas