Deputado é acusado de usar agência do Governo para espionagem ilegal
Polícia Federal investiga monitoramento ilegal feito pela Abin durante governo Bolsonaro
Uma operação da Polícia Federal (PF), realizada nesta quinta-feira (25), apura denúncias de monitoramento ilegal realizado contra figuras públicas por motivos políticos através da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O principal alvo das ações é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que era chefe da Abin durante o período em que os crimes teriam acontecido.
Batizada "Vigilância Aproximada", operação investiga indícios de uma invasão clandestina na rede de infraestrutura de telefonia nacional, além do uso de dados de geolocalização sem autorização da Justiça, realizados pela Abin, serviço governamental e civil de inteligência do país. Os indícios são de que as ações clandestinas visavam monitorar ilegalmente autoridades, figuras políticas e outras pessoas.
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Entre as autoridades vítima da espionagem, estariam figuras como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (União) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Segundo a Polícia, há indícios de que pessoas no entorno de Jair Renan e Flávio Bolsonaro, filhos do ex-presidente Bolsonaro, também eram espionadas, assim como a a promotora do MP que investiga as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.
A espionagem seria realizada com recursos públicos, de acordo com os relatos iniciais. Todas as atividades seriam chefiadas por Alexandre Ramagem, que foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela PF. De acordo com a corporação, também são cumpridos mandados de busca nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Brasília (Distrito Federal), de Juiz de Fora (Minas Gerais) e São João Del Rei (Minas Gerais).